Terça-feira,
18 de outubro de 2016
“Até cortar
os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta
nosso edifício interior. (Clarice Lispector)
EVANGELHO
DE HOJE
Lc 10,1-9
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a
vós, Senhor!
Naquele
tempo 1o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a
dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2E
dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi
ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita.
3Eis que vos
envio como cordeiros para o meio de lobos. 4Não leveis bolsa, nem sacola, nem
sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5Em qualquer casa em que
entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6Se ali morar um amigo da
paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós.
7Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o
trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. 8Quando entrardes
numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, 9curai os
doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘o Reino de Deus está próximo de
vós’”.
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Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor.
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Padre
Antonio Queiroz
Enviou-os
dois a dois.
Hoje
celebramos a memória de dois bispos da Igreja primitiva: S. Timóteo e S. Tito.
Eles eram companheiros do Apóstolo S. Paulo. Os nomes deles aparecem
freqüentemente no livro dos Atos dos Apóstolos. Inclusive, S. Paulo escreveu
duas cartas a Timóteo e uma a Tito.
O
Evangelho, próprio da memória, narra o envio dos setenta e dois discípulos.
Todos os líderes cristãos são os continuadores daqueles setenta e dois,
inclusive S. Timóteo e S. Tito. Jesus os enviou dois a dois, não um por um.
Isso porque “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no
meio deles” (Mt 18,20). Portanto, é Cristo que vai agir através dos seus
discípulos.
S.
Tito é provavelmente natural de Antioquia. Foi fiel colaborador de S. Paulo em
suas viagens apostólicas, e recebeu dele algumas missões importantes, como
levar uma coleta para os cristãos de Jerusalém (2Cor 8,6) e ir a Corinto
pacificar a Comunidade que estava em briga. Um dia, ele foi com S. Paulo à ilha
de Creta, e acabou sendo nomeado bispo de lá, onde ficou até a morte.
Quanto
a Timóteo, o chamado dele está narrado em At 16,1-5: “Paulo foi para Derbe e
Listra. Havia em Listra um discípulo chamado Timóteo, filho de uma judia que
abraçara a fé, e de pai grego. Os irmãos de Listra e Icônio davam bom
testemunho dele. Paulo quis então que Timóteo partisse com ele. Tomou-o consigo
e circuncidou-o, por causa dos judeus que se encontravam nessas regiões, pois
todos sabiam que o pai dele era grego. Percorrendo as cidades, Paulo e
Timóteo... As Igrejas fortaleciam-se na fé e, de dia para dia, cresciam em
número.” Está aí um exemplo bonito de como que Deus chama as pessoas.
Daí
para frente, Timóteo tornou-se, não só companheiro de Paulo, mas amigo.
Nos
Atos dos Apóstolos e nas cartas de S. Paulo há inúmeros elogios de Paulo a
Timóteo. É interessante o que Paulo escreve a ele na 2Tm 1,3-5: “Dou graças a
Deus – a quem sirvo de consciência pura, como aprendi de meus pais – quando,
sem cessar, noite e dia, faço menção de ti em minhas orações. Lembro-me de tuas
lágrimas. Sinto grande desejo de rever-te e, assim, encher-me de alegria.
Recordo-me da fé sincera que há em ti, fé que habitou, primeiro, em tua avó
Loide e em tua mãe Eunice, que certamente habita também em ti”.
Esse
texto mostra como que a fé passa de geração em geração, de pais para filhos.
Dona Loide tinha muita fé, por isso a sua filha Eunice também tinha. E Timóteo
tinha muita fé, porque herdou da sua mãe Eunice. A fé e os bons costumes vão
passando de geração em geração. É interessante que S. Paulo, antes de se
referir aos antepassados de Timóteo, lembra-se dos próprios pais: “...como aprendi
de meus pais”. Em outras palavras, Paulo está dizendo que deve a seus pais a fé
que tem. Nós sabemos que os pais de S. Paulo eram judeus fiéis e sinceros. Por
isso, Paulo deu cabeçadas, mas acabou acertando o passo. Assim acontece hoje
com os filhos de famílias boas. Alguns tropeçam, têm altos e baixos, mas o que
acaba prevalecendo é a fé recebida dos pais.
Por
outro lado, infelizmente o mesmo acontece com a falta de fé e a vida de pecado.
Vão passando de geração em geração. É o que diz o provérbio: “Tal pai tal
filho”. Nós herdamos de nossos pais, não só as características físicas e de
temperamento, mas também as virtudes ou os defeitos. A família é a formadora
das pessoas. É dentro dela que nasce o homem e a mulher de amanhã.
Para
que os pais possam ter filhos que se tornem bons cidadãos e bons cristãos, e
assim lhes dêem alegria no futuro, é necessário ter tempo para eles!
Quando
Paulo estava velhinho, nomeou Timóteo bispo de Éfeso, cargo que exerceu até a
morte.
Certa
vez, houve uma mudança de governo em um país muito pobre, e o novo presidente
era ateu e detestava a Igreja Católica. Pouco tempo depois de eleito, ele
publicou um decreto expulsando do país todos os religiosos e religiosas. Só os
párocos foram poupados.
Logo
que os religiosos saíram, aconteceu um problema no qual o presidente não havia
pensado: fecharam-se diversos hospitais, asilos, creches e outras instituições
de caridade que eram diretamente servidas pelos religiosos. Envergonhado, o
governador correu atrás e chamou de volta os religiosos.
Em
toda a história da Igreja, os religiosos e cristãos em geral se dedicam não só
à parte espiritual, mas à material também. A fé católica nos dá alegria de
viver, de amar e de se dedicar aos necessitados. Felizes aqueles e aquelas
continuam na Igreja o trabalho dos setenta e dois discípulos, como fizeram S.
Timóteo e S. Tido!
Maria
Santíssima e S. José foram modelos de pais e de educadores. Que eles, e também
os santos Timóteo, Tito e Paulo, ajudem os pais e mães a cumprirem bem a sua
missão.
Enviou-os
dois a dois.
COMPORTAMENTO
O que há por
trás da irritação frequente?
Por
trás de toda irritação há algum grau de frustração. Nós nos irritamos porque
nos sentimos incapazes de controlar alguma situação ou pessoa. Isso é claro.
Também é claro que todos nós, absolutamente todos, temos momentos de mau humor
de vez em quando. Pequenas explosões de caráter que podem ser muito saudáveis
quando são originadas por uma causa razoável.
Mas
o que acontece quando a irritação não acaba? Quando permanecemos quase todo o
tempo com a testa franzida, os olhos entreabertos e procurando alguma briga?
Será que pertencemos a esse grupo de “resmungões por natureza” ou há algo mais
aí?
A
resposta é uma só: por trás de uma irritação frequente, há mais do que uma
frustração passageira; o que se esconde é uma depressão encoberta.
A
irritação crônica
Em
algumas ocasiões, o mau humor não é algo de momento, mas se estende por
semanas, meses ou anos. Às vezes, o incomum não é que tenhamos esses incêndios
repentinos em nosso caráter, mas sim que consigamos manter a serenidade. A
irritação vai se transformando em nossa maneira normal de ser diante da vida.
Tudo nos incomoda, ficamos irritáveis e perder a calma é o que acontece com
mais frequência.
A
irritação constante
Nesse
caso, a irritação não está direcionada contra uma pessoa ou uma situação em
particular. A pessoa simplesmente sente tudo o tempo todo, experimentando
intolerância, aborrecimento e tédio.
Por
sua vez, expressa-se por meio das atitudes clássicas: gritar, permanecer
inquieto, tenso, ter sempre à mão um comentário de auto-desqualificação ou de
crítica para os demais. Fisicamente, manifesta-se por meio do cenho franzido
permanentemente, problemas digestivos e, muito provavelmente, dificuldades para
dormir adequadamente.
Se
esse é o seu caso, o mais provável é que não esteja irritado com o mundo: na
realidade, está irritado consigo mesmo.
As
razões que lhe impulsionaram a criar inimizade internamente com o que você é
certamente tem a ver com os modelos mentais que gerencia inconscientemente. Há
parâmetros que você escolheu para avaliar a si mesmo, sem ter muito claro o
porquê, e que só estão servindo para reprovar a si mesmo mais uma vez. Também
há experiências não resolvidas em seu passado. Por isso você se irrita, mas não
sabe.
O
fogo e a chama
Não
é o caso de entrar e analisar aqui todas as possíveis razões pelas quais você
decidiu se transformar em um dos seus piores inimigos. Está na profundidade da
sua mente, no mais remoto da sua história. Mas o que, sim, podemos esboçar é
pelo menos uma pergunta “por que são tão válidas as razões que o levam a
manter-se irritado?”
Esqueça
os demais, porque eles nunca vão se comportar exatamente como você quer ou
pensa que devem se comportar. Os outros são somente uma desculpa que você
utilizou para poder expressar a sua irritação. Não são as suas falhas, nem a
crise econômica, nem a tensão bélica na Coréia que lhe deixam irritado.
Simplesmente,
você tem uma ideia do “dever ser” na vida e não consegue se ajustar a ela. Isso
faz com que se sinta terrivelmente mal; você não só se julga severamente, mas
também se culpa e se atormenta. Paradoxalmente, seu ego gigantesco não o
permite que se compreenda, nem que se perdoe.
A
ira é como um fogo interno que arde. Um elemento capaz de dar calor ou de
arrastar o que se encontre pelo seu caminho. Essa raiva indefinida é também uma
força interna da qual não conseguiu se apropriar. Pode ser o motor de grandes
ações, mas também a brasa onde se consomem os melhores momentos da sua vida.
Há
um assunto que está pendente com você mesmo, não com os demais. Você deve
resolvê-lo e, provavelmente, precisará de ajuda para isso. O que está
esperando?
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Uma
pobre mulher morava em humilde casa com sua neta, que estava muito doente.
Como
não tinha dinheiro para levá-la a um médico e, vendo que, apesar de seus muitos
cuidados, a menina piorava a cada dia, com muita dor no coração, resolveu
deixá-la sozinha e ir à pé até a cidade mais próxima, em busca de ajuda.
No
único hospital público da região, foi-lhe dito que os médicos não poderiam se
deslocar até sua casa; ela teria que trazer a menina para ser examinada.
Desesperada,
por saber que sua neta não conseguiria sequer levantar-se da cama, ao passar em
frente a uma igreja resolveu entrar.
Algumas
senhoras estavam ajoelhadas fazendo suas orações.
Ela
também se ajoelhou.
Ouviu
as orações daquelas mulheres e quando teve oportunidade, também levantou sua
voz e disse:
*“Olá,
Deus, sou eu, a Maria. Olha, a minha neta está muito doente. Eu gostaria que o
Senhor fosse lá curá-la. Por favor. Anote aí, Deus, o endereço.”*
As
demais senhoras estranharam o jeito daquela oração, mas continuaram ouvindo.
*“É
muito fácil, é só o Senhor seguir o caminho das pedras e, quando passar o rio
com a ponte, o Senhor entra na segunda estradinha de barro. Passa a vendinha. A
minha casa é o último barraquinho daquela ruazinha.”*
As
senhoras que tudo acompanhavam esforçavam-se para não rir.
Ela
continuou: *“Olha Deus, a porta tá trancada, mas a chave fica embaixo do
tapetinho vermelho na entrada. Por favor, Senhor, cure a minha netinha.
Obrigado.”*
E
quando todas achavam que já tinha acabado, ela complementou: *“Ah! Senhor, por
favor, não se esqueça de colocar a chave de novo embaixo do tapetinho vermelho,
senão eu não consigo entrar em casa. Muito obrigado, obrigado mesmo.”*
Depois
que Dona Maria foi embora, as demais senhoras soltaram o riso e ficaram
comentando como é triste descobrir que as pessoas não sabem nem orar.
Mas,
Dona Maria, ao chegar em casa não pode se conter de tanta alegria, ao ver a
menina sentada no chão, brincando com suas bonecas.
“Menina,
você já está de pé?!?”
E
a menina, olhando carinhosamente para a avó, disse: “Um médico esteve aqui,
vovó. Deu-me um beijo na testa e disse que eu ia ficar boa. E eu fiquei boa.
Ele era tão bonito, vó! Sua roupa era tão branquinha que parecia até que
brilhava. Ah! ele mandou lhe dizer que foi fácil achar a nossa casa e que ele
ia deixar a chave debaixo do tapetinho vermelho, do jeitinho que você pediu.
*"Deus
não quer palavras bonitas Ele quer palavras sinceras"*
*“Vosso
Pai sabe o que lhes é necessário, antes de vós pedirdes."*
Se
leu e gostou repasse, se não leu repasse, porque alguém vai ler gostar e se
emocionar.
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