Terça-feira,
03 de maio de 2016
“Coisas
menores podem tornar-se momentos de grande revelação quando as encontramos pela
primeira vez.” (Margor Fonteyn)
EVANGELHO
DE HOJE
Jo 14,6-14
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a
vós, Senhor!
Naquele
tempo, Jesus disse a Tomé: 6“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai
ao Pai senão por mim. 7Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E
desde agora o conheceis e o vistes”. 8Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai,
isso nos basta!” 9Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco, e não me
conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o
Pai’? 10Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que
eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim,
realiza as suas obras. 11Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim.
Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras. 12Em verdade, em verdade
vos digo, quem acre¬di¬¬ta em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda
maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai, 13e o que pedirdes em meu nome,
eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14Se pedirdes
algo em meu nome, eu o realizarei”.
www.paulinas.org.br/diafeliz
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor
MEDITANDO
O EVANGELHO
Alexandre Soledade
Bom
dia!
Notaram
que pulamos de João 3 para João 14? Isso acontece geralmente quando vivemos um
tempo de comemoração. Hoje lembramos São Tiago e São Felipe. Salve!
Sem
polemizar, mas esse é um dos trechos do evangelho que nossos irmãos
protestantes justificam sua forma peculiar de profetizar a fé e suas ações, ou
seja, uma relação criada sem intermediários com Deus e é claro que não estamos
aqui pra delinear linhas e laudas sobre o que é correto para essa ou aquela
igreja, mas o fato que esse entender parcial, também tem levado muita gente a
se afastar DA CASA DE DEUS.
Esse
evangelho é denso na interpretação visto que precisa estar o mais próximo da
íntegra e não somente em partes. Como assim?
Por
exemplo, lemos apenas os versículos “sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém
pode chegar até o Pai a não ser por mim”, “Senhor, mostre-nos o Pai, e assim
não precisaremos de mais nada”, “creiam pelo menos por causa das coisas que eu
faço” e “quem crê em mim fará as coisas que eu faço e até maiores do que
estas”. Eles em separado já representam a verdade, mas o texto na íntegra
propõe o ensinamento.
Como
Tiago e Felipe também fragmentamos o ensinamento, pois se isso não fosse
verdade por que os discípulos deixaram Jesus sozinho a rezar? Por que o
abandonaram? Por que se esconderam? Fragmentos de ensinamento. Em pedaços
ouvimos apenas o que nos interessa. Isso é um traço humano.
Os
versículos que separei justiçam, por si só, que Deus nos ouve, que esta atento
a minha oração onde quer que eu esteja, que tudo Nele eu posso e que os
milagres acontecerão, mas não queremos ouvir o ensinamento completo que exorta
que preciso ter e manter a fé, mudar de atitude e comprometer-se com o próximo.
Reparem
esse versículo em meio ao ensinamento: “(…) O PAI, QUE ESTÁ EM MIM, É QUEM FAZ
O SEU TRABALHO”.
Jesus
deixa bem claro que é o portador do sonho de Deus para nós, e que sua missão é
ser canal da graça do Pai em meio aos irmãos. Em muitos momentos, não somente
nesse evangelho, fica evidente que, já que é interesse de Deus, nada o
impediria, ou seja, qualquer dificuldade seria (e será) transposta mediante a
vontade de Jesus (ou nossa) em prosseguir. Deus oferece as ferramentas, mas o
filho, de vontade própria, precisava ter a ação concreta.
Ele
diz “peça e receberá”, “não tenhas medo”, “venha”, mas precisa da ação concreta
de cada um em acreditar e FAZER ACONTECER. Onde eu quero chegar?
Cada
vez mais vemos as pessoas FRAGMENTAS sendo cristãs apenas a frente da TV.
Participam de Missas, Novenas e Encontros “ao vivo” diretamente do conforto do
seu sofá, da sua cadeira… Temos locais que esse conforto desmotivou as pessoas
a ir à missa, estar com os irmãos, partilhar, emprestar seu talento, dom ou
carisma.
Justificam
a violência das cidades, a falta de estacionamento nas igrejas, não ter ar
condicionado, a demora da homilia, “aquele padre chato”, “Deus ouve minha
oração em casa”, (…) para preferirem ficar em casa.
Claro
que o conforto é bom e que a tecnologia também nos aproximou de Deus, em
especial nas formações, na reza do terço, nos momentos de oração matinal, mas
veja quantos grupos e pastorais sucumbem de ajuda, pois não queremos sair de
casa na hora da novela, “justificando” que já fiz meu compromisso cristão ao
assistir a missa pela manhã pela TV?
Penso
que as homilias e ensinamentos dados na TV deveriam estimular ou desafiar mais
as pessoas a SER COMUNIDADE. Enquanto Jesus sofria seu calvário, seus discípulos
onde estavam? As coisas grandiosas que podemos fazer e que Jesus menciona estão
relacionadas no contato com as pessoas, OU SEJA, bem além dos muros das nossas
casas.
Os
discípulos que hoje celebramos (que tomaram esse “pito” de Jesus hoje) se
transformaram em grandes divulgadores da Boa Nova, fato este que os levou ao
martírio. A ação concreta deles, em meio aos irmãos, trouxe o entendimento
completo do ensinamento de Jesus
Por
fim deixo a reflexão final proposta pela CNBB para esse evangelho:
“(…)
Nós também participamos dessa comunhão NA MEDIDA EM QUE NOS TORNAMOS ÍCONES de
Cristo e A PARTICIPAÇÃO NESSA COMUNHÃO É QUE NOS GARANTE A VIDA EM PLENITUDE, a
vida eterna”.
Um
imenso abraço fraterno
COMPORTAMENTO
Como Pensamentos Se
Transformam Em Doenças?
A
expressão “mente sã, corpo são”, deve ser levada totalmente em consideração,
pois a mente e o corpo estão intimamente ligados. Para muitos, tal ligação não parece evidente,
então tratam de cuidar só do corpo ou só da mente, vivendo, então, um enorme
equívoco.
Percebemos
a conexão facilmente, quando paramos para pensar em como nosso corpo reage à
ansiedade. Nosso coração começa a bater mais forte e mais rápido do que o
habitual, nossas mãos podem começar a tremer e facilmente começamos a suar.
Todos estes sintomas aparecem porque a partir da nossa mente estamos colocando
o nosso corpo em funcionamento, alterando as nossas constantes de uma forma
muito parecida como quando começamos a fazer exercício.
A
mente é extremamente poderosa, não?
Quando
a nossa mente está desequilibrada, estamos mais propensos a contrair doenças.
Ou seja, a ansiedade ou a depressão são perturbações mentais que podem
contribuir para o aparecimento de sintomas físicos indesejados.
Quando
a nossa mente não está funcionando bem é habitual que se vire contra o próprio
corpo e potencie internamente qualquer ataque que tenha origem no exterior.
Para
que possamos alcançar uma vida saudável, é essencial o cuidado com a mente.
Afaste os pensamentos ruins, busque ajuda para diminuir a ansiedade, porque
ignorar problemas psicológicos é deixar que problemas físicos venham se
manifestar.
Ouça
mais músicas eruditas em silêncio, tire uns minutos para meditação e/ou prece:
você e o seu Poder Superior. Leia mais poesias e cante quando não souber o que
fazer, o que e como pensar. Adote para si uma playlist de bons pensamentos
(mantras, orações, versos, canções…) e quando um pensamento negativo sobrevoar
a sua cabeça, recorra a sua playlist.
Acredite, não há nada que adoeça mais o nosso corpo do que a
negatividade de nossa mente.
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Desde
muito cedo tive o privilégio de poder ver minha mãe que era extremamente
extrovertida e cantava muito bem, entoar várias e várias vezes de maneira
empolgada a música do Roberto e do Erasmo Carlos: "É Preciso Saber
Viver".
As
imagens e doces lembranças dela cantando não me saem da memória. Com freqüência
lá estava ela cantarolando com seu talento musical, que foi despertado em
concursos de músicas na sua juventude:
Quem
espera que a vida / Seja feita de ilusão / Pode até ficar maluco / Ou morrer na
solidão /É preciso ter cuidado / Prá mais tarde não sofrer / É preciso saber
viver...Toda pedra no caminho / Você pode retirar / Numa flor que tem espinhos
/Você pode se arranhar / Se o bem e o mau existem / Você pode escolher / É
preciso saber viver...É preciso saber viver! / É preciso saber viver! / É
preciso saber viver! / Saber viver!... Saber viver
Mais
tarde porém, depois que tive o dissabor de vê-la sofrendo de insuficiência
renal crônica e conseqüente morte aos 57 anos, e de também ter de enfrentar a
dor da perda do meu irmão mais novo de 30 anos em um trágico acidente de
trânsito, pude lembrar das cenas da minha infância, adolescência e juventude, e
entender que: Saber Viver, é Saber Perder também.
A
vida tem se encarregado de me mostrar as mais diversas facetas da perda, em
diversos níveis de intensidade e nos mais variados caminhos pelos quais ela se
manifesta.
Vai
desde simples coisas como objetos e projeções pessoais de pouco ou estimado
valor, a expressões mais graves, como a perda de gente amada que se foi para a
eternidade, deixando o vazio da saudade.
Dentro
de nós reside um forte apelo de possessão, que é despertado todas as vezes que
estamos diante de uma situação real ou imaginária de perda.
Esse
sentimento nos consome, porque nossa inclinação almática que é fruto da
natureza adâmica caída, não sabe lidar com os processos da vida que nos fazem
sofrer o débito de coisas e valores com os quais amamos e nos apegamos, e que
sem os quais consideramos que a vida não é viável.
É
por esta razão, que as ansiedades e fobias latentes na nossa alma, entram em
conflito com a proposta de descanso do Mestre que diz: “Não vos inquieteis”,
“Basta a cada dia seu próprio mal”.
Essa
deficiência instalada nas nossas emoções que nos assombra, é que nos faz ter um
estilo de vida acelerado, frenético e fibrilante, que só contribui ainda mais
para o desgaste da fé e confiança, e do projeto de simplicidade e descanso
elaborado no Gênesis.
Verdade
é, que alguns sentimentos são até autênticos e legítimos como conseqüência da
nossa humanidade e sensibilidade, mas não estamos acostumados a subtração ou
divisão, e quando estamos diante dos problemas e desafios da vida, temos a
tendência de equacionar somente as percepções que resultem em adição e
multiplicação, e nunca a possibilidade do débito, porque o nosso alvo é a tão
sonhada “ilha da segurança”, blindada pela falsa idealização de imunidade
atemporal.
A
perda dói! A perda frustra! A perda desestimula!
A
perda dói, porque leva consigo valores, sentimentos e aspirações que
reputávamos como essenciais à vida, e que sem piedade nos faz sentir a dor da
separação.
A
perda frustra, porque revela a fragilidade e transitoriedade dos nossos
castelos de areia, construídos na perspectiva do eterno e vitalício que são
confrontados com o aqui e o agora.
A
perda desestimula, porque a percepção que sobrevive em meio a decepção é: “Será
que vale a pena tanto esforço e sacrifício sem a certeza de retorno, ou de
continuidade daquilo a que tenho me dedicado?”.
Apesar
de todos os transtornos causados pela perda, pode ser ela a alavanca e a força
motriz para novas possibilidades e realidades, e que nos conduza a felicidade
sem utopias, que foi amadurecida pela sabedoria adquirida de “Saber Viver e
Saber Perder”.
Cabe
a nós ressignifica-la em Graça, procurando focar na pedagogia do que elas podem
contribuir com o nosso crescimento como seres humanos, e como humanos que
ajudem outros seres a crescer em meio às perdas que a vida proporciona.
Franklin
Rosa
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