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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Quinta-feira 09/07/2015


Quinta-feira, 09 de julho de 2015


“No final, não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos.” (Martin Luther King)




EVANGELHO DE HOJE
Mt 10,7-15

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7"Em vosso caminho, anunciai: 'O Reino dos Céus está próximo'. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!
9Não leveis ouro nem prata nem dinheiro nos vossos cintos; 10nem sacola para o caminho, nem duas túnicas nem sandálias nem bastão, porque o operário tem direito a seu sustento. 11Em qualquer cidade ou povoado onde entrardes, informai-vos para saber quem ali seja digno. Hospedai-vos com ele até a vossa partida.
12Ao entrardes numa casa, saudai-a. 13Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; se ela não for digna, volte para vós a vossa paz. 14Se alguém não os receber, nem escutar vossa palavra, saí daquela casa ou daquela cidade, e sacudi a poeira dos vossos pés. 15Em verdade vos digo, as cidades de Sodoma e Gomorra serão tratadas com menos dureza do que aquela cidade, no dia do juízo".


Palavra da Salvação
Glória a vós Senhor







MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Alexandre Soledade


Bom dia!
Aonde esta o reino de Deus? Aonde e por onde já o procuramos? Li certa vez numa camiseta a seguinte frase: “dinheiro não é tudo, é 100%”. Vai saber se é mesmo?
“(…) Porque nada trouxemos ao mundo, como tampouco nada poderemos levar. Tendo alimento e vestuário, contentemo-nos com isto. Aqueles que ambicionam tornarem-se ricos caem nas armadilhas do demônio e em muitos desejos insensatos e nocivos, que precipitam os homens no abismo da ruína e da perdição. Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições”. (I Timóteo 6, 7-10)
O que é o dinheiro se não temos a paz para gastá-lo?
Precisamos muito do dinheiro para pagar nossas contas e manter nosso padrão de vida e a nossa qualidade de vida, mas ele não nos visita, não nos consola, não nos alegra no dia da tristeza. Vi certa vez na internet um homem que ganhou milhões de dólares na loteria, no entanto hoje tenta recuperar o velho emprego de gari.
Assistindo um documentário do History Channel sobre o paradeiro da arca da aliança os pesquisadores e arqueólogos não descartam a possibilidade que ela, por ser feita de madeira possa ter se desmanchado com o tempo, sobrando apenas o ouro que a revestia.
A arca carregava as tábuas da Lei, que eram de pedra, onde Moisés apresentou ao povo os dez mandamentos. Poderia então tamanho tesouro virado pó junto com a madeira? O que havia de mais precioso lá, as tábuas ou a mensagem?
Do êxodo até os dias atuais, em que momento de nossas vidas não usamos como referência os dez mandamentos? Na criação dos nossos filhos eles estão, nos direitos e deveres públicos eles estão lá também, no entanto o ouro não está.
Precisamos nos empenhar ainda mais a levar a mensagem de um reino de Deus que “paira” sobre nós, mas que insistimos em não ver. Que o dinheiro, as posses, os bens devem ser os adornos e não a vestimenta. Que a busca da felicidade não pode estar condicionada a se acertar na loteria, em ser milionário, (…).
Quem nunca sonhou estar de férias no caribe, na Europa, em Nova York com toda a família, num hotel de luxo numa praia paradisíaca digna de um filme de Hollywood? Como sonhar é bom! Por que então não acrescentamos nesses sonhos que temos a paz, o sorriso de nossos filhos, a presença dos nossos amigos? O ouro pode estar também na realidade que vivemos, esteja acontecendo num fundo de um quintal ou numa laje sem cobertura.
Se recebermos de coração aberto a paz ela será convidada a ficar, com dinheiro ou sem dinheiro! “(…) Que a paz esteja nesta casa! Se as pessoas daquela casa receberem vocês bem, que a saudação de paz fique com elas”.
O que me impressiona é nossa vontade de construir patrimônio e se esquecer dos alicerces que de fato nos sustentam para poder usufruir da conquista. E quanto a questão de onde estaria o reino de Deus… Se de fato as tábuas viraram pó é bem provável que elas até hoje estão no ar, ao nosso redor, sobre nós, sobre os irmãos…
Encontrou? A mensagem sobrevive ao tempo. É ela o verdadeiro patrimônio contido na arca da aliança.
Fecho esse texto com a reflexão proposta pelo site da CNBB, para esse mesmo texto, no ano passado:
“(…) A vida de quem é discípulo de Jesus consiste em fazer as obras do reino de Deus para manifestar a sua presença no meio dos homens. É deixar de lado as suas próprias obras para que, como enviado por Jesus, realize as obras de Deus. Para que isso seja possível, o discípulo de Jesus não deve colocar a sua confiança nos bens materiais, mas em Deus, que tudo proverá para que a sua obra seja coroada de êxito. Com essa confiança em Deus, o discípulo de Jesus deve procurar estar atento a tudo o que acontece ao seu redor, para que não perca nenhuma chance de fazer o bem aos que necessitam dele e possa ser, também, um promotor da paz”.
A exemplo de São Barnabé, nos empenhamos em levar a notícia que muda a vida verdadeiramente. O que levar? o que é importante.
Um imenso abraço fraterno.






MUNDO ANIMAL


Existe Cachorro Racista?

Desde que eu era menina sempre ouvi dizer que existem determinados cães, e em especial determinadas raças de cães, que são racistas. Naquela época eu nunca me questionei a este respeito e eu mesma fui dona de um Pastor Alemão que, embora não pudesse ser chamado de "racista" pois sempre aceitou pessoas brancas, pretas, japonesas ou de qualquer raça, poderia ser chamado de "preconceituoso". Este cão tinha verdadeira aversão (e agressividade) com relação a mendigos e bêbados, bem como por bando de crianças barulhentas e sem camisa.
Mas será que existem mesmo cães racistas e cães que detestam determinado grupo de pessoas?

A verdade é que esta atitude agressiva não é reflexo de preconceitos como nós humanos entendemos. Mesmo que alguns cães pareçam ser mais agressivos e desconfiados com determinados grupos de pessoas, cães não gostam ou deixam de gostar mais ou menos de uma pessoa, seja ela negra, branca ou oriental, por causa de conceitos prévios a respeito de uma possível correlação entre a cor da pele e comportamento "padrão" tal como muitos humanos fazem.

Se um cão discrimina determinado grupo de pessoas é porque uma das três razões abaixo fizeram parte do seu desenvolvimento quando filhote:

1- Ele nunca teve contato ou até mesmo viu uma pessoas com estas características físicas.

Se um cão for criado apenas numa comunidade negra ele (o cão) provavelmente irá estranhar, podendo até demonstrar sinais de agressividade contra brancos. Da mesma forma cães que nunca tiveram contato com crianças, pessoas obesas ou que se utilizem de cadeira de rodas irão estranhar estes grupos.

 2- O dono transmite insegurança ou desaprovação com relação a determinados tipos de pessoas.

Embora este sentimento possa ser involuntário e extremamente discreto o cão percebe e reage tentando compensar a insegurança do dono. Este era exatamente o caso do meu Pastor Alemão.

Meu cachorro era dotado de muita sensibilidade e instinto de guarda. Hoje, analisando minha relação com ele, percebo que todas as vezes que eu avistava um mendigo ou um bêbado (na época eu devia ter um 15 anos e morria de medo de ser abordada por estas pessoas) eu retesava a coleira, puxando o cachorro ainda mais para perto de mim. Não foram necessárias muitas repetições deste movimento para que o cão percebesse o meu desconforto e passasse a dar o aviso aos transeuntes, que se enquadravam neste padrão, para que não se aproximassem. Neste caso o cheiro (bebida alcóolica ou da falta de higiene corporal) eram a dica para que ele começasse a latir ameaçadoramente. Da mesma forma, na região em que eu morava, era comum que bando de meninos voltando da praia atacassem pessoas para realizar pequenos furtos ou apenas para ameaça-las e dar boa risada da cara de pavor do pobre coitado. Mais uma vez, toda vez que eu avista um destes bandos eu puxava o cachorro para junto de mim .

E mais uma vez Tiquinho (este era o nome do cão) vinha em meu socorro.

Nestes casos eu imagino que além do cheiro de praia, a algazarra dos meninos, e a maneira que eles andavam pela rua (tentado cobrir um raio suficiente para cercar as pessoas) deflagrava os instintos do meu bicho. Claro que eu não sabia o que eu estava fazendo. Eu não estava tentando ensinar ao meu cachorro a me proteger, mas sempre eu o recompensava, já que me sentia aliviada com a distancia que estas pessoas mantinham de nós. Aliás, era uma dupla recompensa: Uma quando eu acabava acariciando o cão, e outra através das pessoas que se afastavam. Eu e elas estávamos mostrando ao Tiquinho que ele estava fazendo um belíssimo trabalho e que deveria continuar se aperfeiçoando.

Em poucos meses não era preciso mais que eu visse as pessoas "indesejadas" se aproximando, nem que eu puxasse a coleira do Tiquinho. Não subestimem os sentidos de um cão (olfato, visão e audição principalmente). Bastava estas pessoas estarem a centenas de metros de nós e Tiquinho logo se arrepiava e se colocava em posição de defesa (Graças a Deus, nunca de ataque).

 3- Determinados grupos de pessoas estimulam o comportamento desconfiado do cão.

As pessoas que tem medo de cachorro acabam dando o sinal de que alguma coisa está errada, mesmo quando o dono e o cão estão tranqüilos.

 Foi exatamente isso que aconteceu outro dia quando eu estava treinando um Rottiweiler de 1 ano e 2 meses.

É bastante comum que quando saio para treinar cães grandes como o Rott as pessoas evitem de passar muito perto de nós. Mas num dia em especial eu vinha caminhando calmamente com este belíssimo exemplar da raça, com a coleira totalmente frouxa, já que o cão é totalmente confiável e está quase pronto para andar sem guia, quando dois jovens negros começaram a andar em direção contrária a nossa.

 Lá de longe eu já havia percebido que os dois vinham se cutucando e se empurrando e, tal como eu, o cachorro também percebeu.

Desta vez tenho certeza de que não mandei nenhum sinal para o Thor. Eu estava absolutamente calma e de espírito desarmado. Também não poderia enviar nenhum sinal pela guia, já que a mesma estava passando por trás do meu pescoço antes de chegar ao cão (justamente com o propósito de eliminar o vício de corrigir o cão quando estamos preparando o animal para andar fora da guia).

Na medida quem que os rapazes se aproximavam de nós, eles mais se cutucavam e se empurravam, com um tentando manter o outro próximo da rota do cachorro, enquanto que o que era empurrado tentava escapar.

A título de verificar o temperamento do Thor, resolvi manter o meu passo e não interferir na tensão da guia. Quando estávamos quase cruzando com os rapazes o Thor começou a rosnar muito baixinho. Era quase inaudível, na verdade eu podia mais sentir a vibração do corpo dele junto a minha perna do que propriamente ouvir o rosnado dele. Imediatamente reforcei o comando para que ele se mantivesse junto a mim e não toquei na guia. Quando os rapazes estavam paralelos a nós o Thor finalmente colocou os dentes para fora e começou a latir, virando a cabeça para acompanhar os dois rapazes (que nesta hora aceleraram o passo e pararam de se cutucar), porém sem nunca se afastar do meu lado..

Comentário do rapaz que estava sendo empurrado para o amigo que ria histérica e nervosamente. "Viu seu Mané, não falei que estes cachorros não gostam de pretos?!".

Me controlando para não rir do comentário que foi dito num misto de pavor e aborrecimento dignos de comédia, parei, coloquei o Thor na posição deitada e expliquei para os dois que o cachorro não tinha nada contra a cor da pele deles. Que apenas tinha reagido à forma que os dois se aproximaram, que para o cão pareceu diferente, e portanto suspeita. Resposta dos dois: ‘A senhora pode falar o que quiser dona, mas eu é que não chego perto destes cachorros, eles não gostam de pretos e tá acabado!".

Tenho certeza que se esta experiência fosse repetida mais uma dúzia de vezes, e sempre com pessoas de pele escura, o Thor iria começar a ter uma atitude suspeita contra todos os negros, já que ele é criado por uma família branca e não costuma sair muito às ruas.

Bom, a esta altura você pode estar se perguntando: "E se alguém não gosta de judeus? É possível tornar um cachorro anti-semita?" (Se você não se perguntou isso não tem importância, estou só querendo aproveitar para esclarecer a dúvida de um aluno meu). : -)

Teoricamente não, já que não existe nenhuma característica aparente e comum a todos os judeus que o dono ou seu cão pudessem usar como forma de identificação. A não ser que a pessoa morasse num lugar onde houvesse uma comunidade ortodoxa. Aí sim, talvez, quem sabe, os cães pudessem estabelecer uma relação com as roupas escuras, os chapéus e as barbas longas que a maioria dos homens desta religião usam. Mas veja bem: Qualquer pessoa que estivesse trajando o mesmo tipo de roupa, e com as mesmas características físicas, estaria sujeita ao comportamento anti-social do cão.

E afinal de contas, qual é a vantagem de estimular o comportamento anti-social de um cão baseado apenas na aparência das pessoas? Melhor mesmo é manter os cães longe deste comportamento horroroso que alguns humanos desenvolvem.

Mais uma notinha: Este comportamento não é exclusividade de cachorros grandes. Até um poodle pode reagir da mesma maneira, mas as raças desenvolvidas geneticamente com o propósito de guarda são mais sensíveis e mais reativas do que raças de caça ou de companhia. Além disso as pessoas tendem a mostrar mais medo de cachorro grande justamente porque certas raças já possuem a fama de racistas.


Claudia Pizzolatto - Treinadora e Especialista em Comportamento Canino







MOMENTO DE REFLEXÃO

Poucas coisas são tão pesadas quanto as palavras e emoções que carregamos dentro de nós. São coisas que não podemos colocar no chão para descansar um pouco e pegar depois, com forças renovadas. Elas nos seguem e, por que não dizer, nos perseguem.
As vezes nos sentimos pequeninos sim. As vezes queremos não dizer nada, estar simplesmente nos braços de alguém e fechar os olhos e outras, gostaríamos de gritar nossa dor, nossa revolta e deixar que as lágrimas façam caminho no nosso rosto.
Mas nos calamos... por que reconhecer nossa fragilidade diante de outra pessoa é expôr-se, entregar-se a ela, na nudez da alma. E por pudor, medo, vergonha ou orgulho, não queremos isso.
Portanto, a fragilidade não está em mostrar-se frágil. Só os fortes são capazes de reconhecer suas fraquezas para melhor lidar com elas. Ser forte é desenvolver a capacidade de lidar com as emoções, que corroem o ser como uma doença incurável.
Desabafar é abrir as portas do coração e as janelas da alma. Deixar sair o ar fechado e entrar o sol. É soltar palavras e acolher alívio; é partir para o grande vôo da liberdade que todo mundo anseia.
Mas, claro, é preciso sabedoria para se saber onde vamos. Não podemos sair por aí proclamando a todo mundo que temos situações mal resolvidas dentro de nós. Temos que escolher cuidadosamente as pessoas que são capazes de nos receber com maturidade, sem julgamentos.
Há pessoas que nos fazem crescer. Os grandes amigos estão incluídos nessa categoria. A eles então nossas portas podem ser abertas e as palavras poderão fluir, até que nos sintamos mais leves.
E há ainda e, principalmente, Aquele que mesmo conhecendo nosso íntimo melhor ainda que nós, aceita e pede que nosso coração se abra.
Ele nos pega nos braços, seca nossas lágrimas e nos carrega no colo. Ele nos leva até a praia e nos  apresenta o raiar do dia e o pôr-do-sol...  nos diz que a natureza também dorme, acorda e chora às vezes, mas que assim é a vida e que o importante mesmo é continuar de pé, buscando um mundo melhor.


Letícia Thompson      contact@leticiathompson.net

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