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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Terça-feira 07/10/2014



Terça-feira, 07 de outubro de 2014

“A maneira como você encara a vida eh que faz toda diferença. A vida muda, quando você muda.”



EVANGELHO DE HOJE
Lc 1, 26 – 38


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.


Naquele tempo, 26no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria.
28O anjo entrou onde ela estava e disse: "Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!" 29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.
30O anjo, então, disse-lhe: "Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim".
34Maria perguntou ao anjo: "Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?"
35O anjo respondeu: "O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível".
38Maria, então, disse: "Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!" E o anjo retirou-se.


Palavra da Salvação
Glória a vós Senhor.





MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Padre Antonio Queiroz


Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!
O Evangelho de hoje narra a cena da Anunciação, em que o anjo Gabriel lhe fala: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”
Deus quis que uma mulher contribuísse bem de perto na redenção da humanidade, já que uma mulher, Eva, havia contribuído no pecado. E a mulher que Deus escolheu não podia ser vítima de pecado, pois seria um sinal de fraqueza de Deus, diante das forças do mal. Como Davi venceu o gigante Golias (1Sm 17,49), Jesus derrotou o tentador. Não só derrotou, mas arrasou com ele completamente. Nem junto à sua mãe ele teve vez. Após o dilúvio, uma pomba trouxe em seu bico um raminho verde para Noé (Gn 8,11). Aquela pomba não estava suja de barro, ela não fora atingida pelo dilúvio.
Nós também somos chamados a colaborar na redenção. Deus não gosta de gente manchada, suja. Como podemos anunciar a vitória de Cristo, se até nós, os anunciadores, somos vítima do tentador? Pecadores todos nascemos. Mas temos condições de nos purificar, usando os meios que Jesus nos deixou, entre os quais se destaca a Igreja, da qual Maria é Mãe. Assim, tirando a trave do nosso olho, temos condições de tirar o cisco que está no olho do nosso irmão.
A concepção imaculada de Maria nos mostra que Deus não quer conviver com pecado. Ele quer o pecado longe dele. Ele nos suporta, quando pecamos, mas não queria isso, como qualquer pai que não quer ver o filho ou filha no caminho errado. Como podemos dizer a Deus: “Senhor, eu vos amo sobre todas as coisas”, e depois viramos as costas e já começamos a colocar outras coisas acima dele? Por isso que Deus fala na Bíblia: “Estou para vomitar-te da minha boca” (Ap 3,16).
A Imaculada Conceição foi um fruto antecipado da redenção realizada por Jesus, o seu Filho. E o fato de ela ter sido isenta do pecado, já na sua concepção, mostra que a força da graça redentora supera infinitamente a força do pecado. “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5,20).
“Quando éreis escravos do pecado, praticáveis ações das quais hoje vos envergonhais. Agora, porém, libertados do pecado e como servos de Deus, produzis frutos para a vossa santificação, tendo como meta a vida eterna. Com efeito, a paga do pecado é a morte, mas o dom de Deus é a vida eterna no Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6,20-23). Antes, quando reinava o pecado, o carro estava na frente dos bois, e dava tudo errado. Cristo veio, colocou os bois na frente do carro, e na direção certa, que é a nossa felicidade.
Deus realizou plenamente a redenção na Mãe do seu Filho, para nos mostrar o que ele quer de todos nós. Ela se tornou assim a estrela da esperança, que nos anima a sempre nos levantar a caminhar.
Santo Agostinho, quando estava mergulhado no pecado, leu, por sugestão de sua mãe, muitas biografias de santos. Um dia ele disse para si mesmo, em latim, que era a sua língua: “Potuerunt ii, potuerunt ee; cur non tu, Agostiné?” Em português é: “Puderam estes, puderam aquelas, por que não tu, Agostinho?” Impulsionado por este lema, venceu.
Daqui a exatamente nove meses, celebraremos o nascimento de Maria. Rezemos, neste tempo, pelos nascituros, a fim de que sejam protegidos por suas mães.
Havia, certa vez, um rapaz que trabalhava no centro de uma cidade grande e morava na periferia.
Numa tarde, ao voltar para casa, enquanto atravessava um bairro de classe alta, viu numa lixeira uma caixa preta, parecida com caixa de sanfona. Ficou curioso, abriu a caixa, era mesmo uma sanfona! E estava boa de tudo. Tocava direitinho.
Ele se lembrou de um vizinho, que sabia tocar sanfona e não possuía o instrumento, e levou-a para ele. O vizinho se alegrou com o presente, e começou a tocar belas canções. A casa toda se alegrou. Até algumas crianças apareceram na porta.
À noite, algumas pessoas se reuniram na casa, e foi aquela festa. Daí para frente, de vez em quando o tocador de sanfona era chamado, seja para tocar em festinha de aniversário, em reza, até na Santa Missa. A sanfona tornou aquele bairro mais alegre.
A sanfona representa a graça de Deus, que une as pessoas e alegra o ambiente. O rapaz que a achou somos nós que recebemos a graça no batismo, e a levamos a outros.
Muitos jogam no lixo a graça batismal, e vivem tristes por aí, procurando a felicidade na riqueza, no prazer, no poder etc. Nós não queremos ser assim.
Uma pergunta: com qual desses personagens você mais se identifica? Com o rapaz? Com o homem que ganhou a sanfona? Com os vizinhos que acorreram, ao som da sanfona? Ou com aquele ou aquela que a jogou no lixo?
Nossa Senhora da Conceição, rogai por nós!
Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!




VIDA SAUDÁVEL


Perdoar faz bem


Quando na vida, ocupamos um espaço muito grande para algum ressentimento, possuímos uma mágoa, é o que argumenta Fred Luskin em seu livro O poder do perdão da Editora Novo Paradigma (2002). Para ele, perdoar é diminuir esse espaço, é viver a vida com outra intensidade, é estar menos mobilizado por uma história sobre a mágoa. “O perdão é a sensação de paz que emerge quando o sujeito assume seu sofrimento em termos menos pessoais, assume a responsabilidade de como se sente e torna-se herói e não uma vítima na história que relata”, afirma Fred Luskin. Perdão é a compreensão de que o sofrimento faz parte da vida, e que raiva e ressentimento são reações pertinentes aos acontecimentos dolorosos. É uma habilidade que se pode aprender, assumindo a responsabilidade por como nos sentimos quando alguém nos faz sofrer. Não podemos mudar o passado, mas aprendemos a lidar com essas lembranças e não a esquecê-las. Quando culpamos outra pessoa pela maneira como nos sentimos, damos a essa pessoa o poder sobre nossas emoções, levando a nos sentir vítimas de alguém, por isso, o autor refere-se que “conservar pessoas responsáveis por suas ações não é o mesmo que culpá-las pelo jeito que você se sente. É difícil se livrar do sofrimento diante da crueldade das pessoas”. Embora ferido, o perdão significa que o sujeito opte por se magoar e sofrer menos e por fazer parte da solução do problema. Segundo Greenberger e Padesky, autores do livro A mente vencendo o humor, é normal sentir raiva, a qual só será um problema, quando aparecer com muita freqüência ou muita intensidade. Também é prejudicial quando está ausente, pois a incapacidade de reagir frente a uma situação de maltrato, reagindo com resignação, surge na pessoa sentimentos negativos que levam à depressão. O modelo teórico cognitivo-comportamental pressupõe que as nossas emoções e comportamentos são influenciados pela maneira de como percebemos e interpretamos os eventos, e como em todos os estados do humor, a raiva é sustentada por pensamentos e crenças específicos, que muitas vezes podem estar distorcidos. Através das técnicas da terapia cognitivo-comportamental, as crenças não verdadeiras e os pensamentos distorcidos podem ser modificados, desenvolvendo-se novas crenças, facilitando a mudança dos estados de humor e do comportamento. Raiva e Saúde A raiva é uma emoção que resulta estresse, proporciona uma revolução orgânica que pode causar transtorno físico agudo, do tipo infarte ou derrame. O ódio implica numa mágoa crônica que gera o desequilíbrio interno corporal, “mais compatível com o câncer, com arteriosclerose, com a diabetes e com a hipertensão crônica” afirma o psiquiatra G. J. Ballone, em Raiva e ódio: emoções negativas, encontrado no site www.psiqweb.med.br. “Alguns estudos médicos e psicológicos revelaram que raiva e hostilidade duradouras são prejudiciais à saúde cardiovascular” afirma Fred Luskin, tais como nos motivos apresentados nos exemplos abaixo: Hipertensão arterial: por causa da contração dos vasos sanguíneos. Arritmias cardíacas : por causa da estimulação simpática ou parassimpática. Trombose e oclusão das coronárias: devido ao aumento da agregação das plaquetas e mobilização das placas de gordura. Infarto do miocárdio: devido à oclusão das coronárias ou aumento do consumo de oxigênio pelo miocárdio Outras enfermidades também podem ser acentuadas ou causadas pela mágoa e pelo rancor, dentre elas estão: dor de cabeça, dores musculares, fibromialgia, gastrites e úlceras, problemas intestinais, problemas de memória, problemas de pele, queda na imunidade, vertigem, doenças alérgicas, como a asma, por exemplo e a depressão. A depressão é fator de risco tanto para as doenças cardíacas como para o derrame cerebral. Portanto, reflita sobre suas histórias de mágoas, propicie que elas se transformem em histórias de perdão. Perdoar faz bem em todos os sentidos, faz bem ao corpo, à alma e principalmente enriquece nossos relacionamentos.

Autor/ Fonte Márcia Copetti / Márcia Copetti




MOMENTO DE REFLEXÃO


Era uma noite muito fria há muitos anos. A barba do velho homem estava congelada enquanto esperava por uma carona para atravessar o rio que cruzava a estrada. A espera parecia interminável. O seu corpo estava dormente e endurecido pelo frígido vento.

Ouviu enfraquecido, aproximar-se o som de galope de cascos ao longo do congelado caminho. Ansiosamente, observou vários cavaleiros saindo da curva. Ele deixou o primeiro passar sem nenhum esforço para chamar sua atenção. Então outro passou por ele, e outro. Finalmente, o último cavaleiro se aproximou do velho. O velho fitou os olhos do cavaleiro e disse,
- Senhor, poderia dar uma carona para este velho congelado atravessar o rio? Não há como passar a pé.

Freando seu cavalo, o cavaleiro respondeu,
- Mas é claro! Suba a bordo.

Vendo que o velho era incapaz de levantar seu congelado corpo do chão, o cavaleiro desmontou e ajudou o velho a subir no cavalo.

O cavaleiro levou o velho não só através do rio, mas até seu destino final, que era alguns quilômetros adiante.

Quando chegaram na minúscula mas bem cuidada e aconchegante cabana, a curiosidade do cavaleiro fez com que indagasse,
- Senhor, eu percebi que deixou vários outros cavaleiros passarem sem fazer nenhum esforço para conseguir uma carona. Então, quando me aproximei você imediatamente pediu-me a carona. Estou curioso para saber por quê, nesta noite tão fria, você pôde esperar e pedir carona ao último cavaleiro, que poderia ter recusado e deixado você ali?

O velho desceu do cavalo, olhou para o cavaleiro bem dentro dos olhos, e respondeu,
- A bondade e a compaixão, mantidos aquecidos no coração, irradiam luz através dos olhos.

E continuou,
- Eu sei quando as pessoas são boas o bastante. Examinei os olhos dos outros cavaleiros e percebi que não havia nenhum interesse pela minha situação. Teria sido inútil pedir-lhes carona. Mas quando fitei os seus olhos, a bondade e a compaixão eram evidentes. Soube, ali mesmo, que aquele espírito gentil receberia de bom grado a oportunidade de dar me auxílio em meu tempo de necessidade.

Aquele emocionante comentário tocou o cavaleiro profundamente.
- Sou-lhe grato pelo que você disse.

E, tomando as rédeas do cavalo, retornou à sua viagem.



Tradução e adaptação de SergioBarros

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