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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Domingo 26/10/2014



Domingo, 26 de outubro de 2014


"O inferno é perder a capacidade de amar." (Lea Waider)



EVANGELHO DE HOJE
Mt 22,34-40


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus.


Os fariseus se reuniram quando souberam que Jesus tinha feito os saduceus calarem a boca. E um deles, que era mestre da Lei, querendo conseguir alguma prova contra Jesus, perguntou:
- Mestre, qual é o mais importante de todos os mandamentos da Lei?
Jesus respondeu:
- "Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente." Este é o maior mandamento e o mais importante. E o segundo mais importante é parecido com o primeiro: "Ame os outros como você ama a você mesmo." Toda a Lei de Moisés e os ensinamentos dos Profetas se baseiam nesses dois mandamentos.


Palavra da Salvação
Glória a vós Senhor.





MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Padre Antonio Queiroz


Amarás o Senhor teu Deus e ao teu próximo como a ti mesmo.
Este Evangelho conta que os fariseus fizeram uma pergunta a Jesus para experimentá-lo porque, no pensar deles, a pergunta era muito difícil de ser respondida: “Qual é o maior mandamento da Lei?” A provocação foi muito benéfica a nós, porque assim Jesus nos explicou qual é o maior mandamento de Deus: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração... e ao teu próximo como a ti mesmo”. Não é só mandamento, é vida e felicidade para nós. Fomos criados para isso, e só encontramos paz amando a Deus e ao próximo.
Havia uma eterna discussão entre eles sobre qual é o principal mandamento de Deus; se é amar a Deus ou amar o próximo. Jesus une os dois.
Deus merece ser amado, devido à criação, através da qual ele demonstra um infinito amor a nós; devido à sua providência, cuidando de nós nas vinte e quatro horas do dia. Deus é o nosso criador e é ele que nos mantém com vida, a cada instante. Se ele retirasse sua mão de sobre nós, voltaríamos ao nada, de onde saímos. O nosso pai carnal é uma pálida figura do nosso grande Pai que é Deus.
A Redenção é o maior gesto de amor de Deus a nós. Um amor que perdoa e sabe relevar as nossas fraquezas, não deixando de nos amar quando o ofendemos. Ele vai atrás, insiste, sempre respeitando a nossa liberdade.
Deus nos criou para conhecê-lo, amá-lo e servi-lo na terra, e gozar com ele no céu. Feliz de quem entende essa frase do catecismo e a vive. Os egoístas invertem: Deus nos criou em primeiro lugar para gozar aqui na terra. Isso porque os egoístas não entendem o mistério da cruz. Quando deixam a Igreja e partem para alguma seita, porque ali podem usufruir mais de Deus aqui na terra! A indústria da fé é uma das maiores invenções do homem moderno.
Precisamos amá-lo sobre todas as coisas, colocando os seus mandamentos acima de tudo: de pessoas, de bens materiais, até da nossa vida material. Amar a Deus sobre todas as coisas é amar a Jesus Cristo, que hoje está presente em seu Corpo Místico. “O segundo é semelhante a esse: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Apesar de o fariseu ter perguntado “qual é o maior mandamento da Lei”, isto é, perguntado sobre um mandamento, Jesus citou dois, porque os dois são intimamente unidos e não se separam. Eles se entrelaçam de tal modo que ninguém consegue praticar um sem praticar o outro. Eles são desdobramentos de uma só realidade, o amor. “Deus é amor: quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus permanece nele” (1Jo 4,16). O amor é a maior força que existe no mundo, pois é o próprio Deus.
“Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece em nós e seu amor em nós é perfeito” (1Jo 4,12).
“Se alguém disser: eu amo a Deus, mas odeia seu irmão, é um mentiroso, pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4,20). A ligação íntima entre o amor a Deus e ao próximo desautoriza certas formas alienantes de “espiritualidade” que muitas vezes não passam de uma busca disfarçada de auto-realização, mas que jamais leva a um compromisso com a transformação do mundo em que vivemos. Não é possível amar a Deus sem amar o próximo.
S. João Evangelista nos explica o que é amor: “Jesus deu a vida por nós. Portanto, também nós devemos dar a vida pelos irmãos. Se alguém possui riquezas neste mundo e vê o seu irmão passar necessidade, mas diante dele fecha o seu coração, como pode o amor de Deus permanecer nele?” (1Jo 3,16-17).
Quem ama só faz o bem e só deseja o bem. Quem ama lê no coração o que as palavras não conseguem expressar.
O pecado rebaixa, avilta e corrói o amor, desviando-o do seu sentido autêntico. Basta ver a expressão “fazer amor” e o sentido da palavra amor na maioria das novelas e filmes.
Nós passamos a vida toda correndo atrás do amor. Ele é a motivação fundamental de todos os nossos atos. É o amor que traz alegria e gosto de viver. Para quem ama, não existe monotonia. Pode viver cem anos ao lado de alguém, que cada dia é novo e nunca se cansa. Cada dia o vê diferente, como um filme. Isso porque o amor é infinito.
O amor é difusivo; ele não fica só na pessoa que ama nem só na pessoa que é amada, mas passa para os demais e vai criando uma Comunidade de amor, que chamamos de ágape.
Está portanto diante de nós o desafio de amar sempre, tanto a Deus como ao próximo, e através do amor transformar o mundo.
Certa vez, na antiguidade, havia um rei que não acreditava na bondade de Deus. Tinha, porém, um servo que sempre o lembrava desta verdade. Em todas as situações, o servo dizia: “Meu rei, não desanimes, porque Deus é bom”. Um dia, o rei saiu para caçar, e levou aquele servo. Lá no mato, uma fera atacou o rei. Ele lutou, lutou e conseguiu livrar-se do animal, mas perdeu um dedo da mão. O rei, furioso pelo que havia acontecido, perguntou ao servo: “E agora, o que você me diz? Deus é bom? Se fosse bom não teria permitido que eu perdesse este dedo!” O servo respondeu: “Meu rei, isso é para o seu bem!” Irritado, ao voltarem para o palácio, o rei mandou prender aquele servo. Após algum tempo, o rei voltou novamente à mata para caçar. Aconteceu que desta vez foi atacado por índios, que o levaram para a aldeia. Aqueles índios costumavam oferecer sacrifícios humanos para as suas divindades. Sem saberem que era o rei, pois não entendiam a sua língua, resolveram oferecer aquele prisioneiro em sacrifício. Mas, quando estava tudo preparado, e o rei já estava diante do altar do sacrifício, o pajé, ao examinar a vítima, disse a todos: “Este homem não pode ser sacrificado, pois é defeituoso. Falta-lhe um dedo”. E o rei foi libertado. Quando chegou ao palácio, muito alegre e aliviado, o rei libertou o seu servo, abraçou-o afetuosamente e lhe disse: “Meu caro, Deus foi realmente bom para mim. Você tem razão!”
Deus é muito bom para nós, por isso merece ser amado sobre todas as coisas. O seu amor está demonstrado em cada criatura e em cada acontecimento da nossa vida.
Maria Santíssima cumpriu com generosidade esses dois mandamentos. Mãe do Belo Amor, rogai por nós!
Amarás o Senhor teu Deus e ao teu próximo como a ti mesmo.





VÍDEO DA SEMANA

Esperar o tempo das coisas - Pe. Fábio de Melo





MOMENTO DE REFLEXÃO


Uma coisa é mirar o alvo e errar, mas chegar perto. Outra é atirar a esmo, ou ser displicente no uso do arco. Uma coisa é acentuar corretamente e outra, acentuar errado. Uma coisa é tomar o assento certo e outra é sentar-se errado e em lugar errado.
Em termos e comunicar e evangelizar, há os que se assentam em cadeiras que não lhes foram destinadas. Usurparam. Há os que acentuam em excesso e seus exagerados acentos pervertem o sentido das coisas. Há os que miram errado e por isso erram o alvo.
Não há nada de humilhante em mirar o alvo, querendo acertá-lo, mas errar. Ninguém é tão perfeito que acerte tudo. Humilhante é atirar de qualquer jeito e sem nenhuma atenção nem preparo, só pelo fato de atirar. Pior ainda é quando a pessoa nem alvo tem.
A vida é feita de muitas atitudes. Também de muitos alvos, acentos e assentos. Miremos bem, acentuemos corretamente e sentemo-nos em lugar que nos pertence, porque mirar errado, exagerar nos acentos e usurpar assentos nunca fez bem, nem ao indivíduo nem à comunidade. Repensemos nossas metas e nossos meios.
Não que seja errado escolher algum acento. Mas que seja o certo! Não se põe crase ou circunflexo onde se requer um til. Não se canta uma canção para Maria num ofertório, quando a missa não é dedicada a ela e a letra nada tem a ver com aquele momento da missa. Consultada, Maria seria a primeira a pedir que celebrassem, não ela, mas o filho dela. Eis aí um acento errado, a menos que o texto fale do ofertório do filho pelas mãos de Maria, como foi o caso da ida ao templo. Mas aí não convém, esquecer São José!
O pregador que deu um jeito de invocar Maria durante a consagração acentuou errado. O que disse que podemos comungar Maria porque ela e Jesus têm o mesmo DNA fez a emenda sair pior do que o soneto... O que disse que, se Maria não tivesse sido virgem ela não teria sido digna de Jesus acentuou mais a virgindade do que o sim de Maria, quando o próprio Jesus deixou claro que ouvir e praticar a Palavra foi o mérito de sua mãe e de quem fizer o mesmo. (Lc 11,28) A interlocutora acentuava o bendito ventre de Maria e Jesus acentuou a bendita coerência da sua mãe.
Uma boa formação catequético-teológica tem acento, assento e alvo certo!


Pe Zezinho scj

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