Quarta-feira,
10 de setembro de 2014
“Somos o que
fazemos repetidamente, por isso o mérito não está na ação e sim no hábito.”
(Aristóteles)
EVANGELHO
DE HOJE
Lc 6, 20-26
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a
vós, Senhor!
Jesus olhou
para os seus discípulos e disse:
- Felizes
são vocês, os pobres, pois o Reino de Deus é de vocês.
- Felizes
são vocês que agora têm fome, pois vão ter fartura.
- Felizes
são vocês que agora choram, pois vão rir.
- Felizes
são vocês quando os odiarem, rejeitarem, insultarem e disserem que vocês são
maus por serem seguidores do Filho do Homem. Fiquem felizes e muito alegres
quando isso acontecer, pois uma grande recompensa está guardada no céu para
vocês. Pois os antepassados dessas pessoas fizeram essas mesmas coisas com os
profetas.
- Mas ai de
vocês que agora são ricos, pois já tiveram a sua vida boa.
- Ai de
vocês que agora têm tudo, pois vão passar fome.
- Ai de
vocês que agora estão rindo, pois vão chorar e se lamentar.
- Ai de
vocês quando todos os elogiarem, pois os antepassados dessas pessoas também
elogiaram os falsos profetas.
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor.
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Padre
Antonio Queiroz
Bem-aventurados
vós, pobres. Mas, ai de vós, ricos.
Neste
Evangelho, Jesus proclama as bem-aventuranças, na versão de Lucas. Primeiro ele
“levantando os olhos para os seus discípulos”. Sinal que as bem-aventuranças
acontecem especialmente com os discípulos.
As
bem-aventuranças são Evangelho, alegre notícia dirigida aos pobres de Deus.
Elas vêm confirmar a transformação social anunciada no magnificat.
De
fato, os pobres são os preferidos de Deus em toda a revelação bíblica, e são os
primeiros destinatários da Boa Nova trazida por Jesus (Cf Lc 4,18-19).
Mt
5,1-12 traz oito bem-aventuranças. Lucas traz apenas quatro, mas acrescenta
quatro ameaças: “Ai de vós...” Essas ameaças esclarecem o sentido das
bem-aventuranças, tanto de Mateus como de Lucas. Porque muitos, ao explicar
esta passagem bíblica, dizem que a palavra “pobre”, para Jesus, significa
“desapegado”; e “rico” significa “ganancioso”. Na prática, isso é torcer a
Bíblia para que ela não me questione. Pobre aqui é pobre mesmo, e rico e rico
mesmo.
A
felicidade messiânica dos pobres, dos famintos, dos que choram e dos
perseguidos por causa da fé cristã comprometida, contrapõe-se à situação
perigosa dos ricos, dos que têm fartura, dos que riem e dos que são aplaudidos
por todos.
As
Bem-aventuranças são um caminho de felicidade diametralmente oposto ao
apresentado pelo mundo pecador. Os cristãos são felizes exatamente naquelas
situações que, segundo o mundo, trazem a infelicidade. Veja o contraste: para o
cristão, felizes os pobres; para o mundo, felizes os ricos. Para o cristão,
felizes os que agora choram; para o mundo, felizes os que agora riem... Por aí
vemos que dois milênios se passaram e a humanidade ainda não entendeu nem vive
o Evangelho de Jesus.
As
Bem-aventuranças estão baseadas em duas grandes verdades: 1) A vida cristã
autêntica, devido à oposição do mundo pecador, leva à pobreza, à aflição etc.
2) Deus assiste os seus filhos e filhas queridos, a ponto de inverter a
situação, transformando em felicidade o que seria infelicidade, em alegria o
que seria tristeza. Portanto, a felicidade dos cristãos não está nesses
tropeços (pobreza, perseguição...), mas na intervenção de Deus em favor dos
seus filhos queridos.
“Vede
que grande presente de amor o Pai nos deu: sermos chamados filhos de Deus! E nós
o somos. Se o mundo não nos conhece, é porque não conheceu o Pai” (1Jo 3,1-3).
(Irmãos),
os que tiram proveito deste mundo, (vivam) como se não aproveitassem. Pois a
figura deste mundo passa” (1Cor 7,31).
Ao
contrário dos dez mandamentos, as bem-aventuranças não são leis, nem
mandamentos, nem sequer conselhos. São simplesmente a constatação e a descrição
de um fato que acontece todos os dias em nossas Comunidades e em nossas
famílias. A vida cristã no meio do mundo pecador gera tristezas, que Deus, em seu
poder, transforma em alegrias.
Jesus
não está também dizendo que ser pobre e ser odiado é bom. Nem que esses
tropeços da nossa vida são valores. Também não quis dizer que a felicidade está
em ser pobre, ser insultado etc. A felicidade está em ser filho de Deus.
Portanto,
não devemos procurar esses infortúnios (pobreza, ser odiado, insultado...). O
que devemos é ter paz em meio a todos esses contra tempos, vendo neles um sinal
de predileção de Deus e um sinal de que estamos no caminho certo, no seguimento
do Evangelho.
As
Bem-aventuranças são uma realidade que vemos todos os dias estampada no rosto
das Comunidades cristãs. Os cristãos enfrentam as maiores dificuldades, até o
martírio e, em meio a tudo isso, trazem no rosto um sorriso que ninguém
consegue imitar, e que é identificado até numa fotografia.
S.
Francisco de Assis, no final de sua vida, vivia angustiado com a seguinte
pergunta: “Será que Deus está contente comigo, com o que eu fiz?” Em suas
orações ele pedia todos os dias a Deus: “Senhor, dê-me um sinal, mostrando se
tudo o que eu fiz foi ou não do seu agrado!” De fato, o único desejo de
Francisco era agradar a Deus.
Numa
noite, quando ele acordou, percebeu que estava com as chagas. Parou a angústia,
porque ele viu nas chagas um sinal de amor de Deus por ele, unindo-o com o seu
Filho amado, Jesus Cristo. E daí para frente Francisco ria até às orelhas.
E
foram cinco feridas dolorosas: uma em cada mão, uma em cada pé, e uma no peito.
Elas deram trabalho para Francisco. Ele tinha de fazer curativos e um longo
tratamento. Inclusive, elas limitaram um pouco as suas atividades.
Que
paradoxo, não? Ver como presente de Deus e como sinal do seu amor, cinco
dolorosas feridas! Encontrar a felicidade em chagas! E isso que Deus fez com
Francisco, faz também conosco. Nós não procuramos a cruz, mas, quando ela vem,
justamente pelo fato de estarmos seguindo a Jesus, nós a vemos como um presente
de Deus. A festa de S. Francisco das Chagas é dia dezessete de setembro.
“Bem-aventurados vós que agora chorais, porque havereis de rir!”
Existe
uma Bem-aventurança que não está, nem neste texto de Lucas nem no capítulo
quinto de Mateus. Ela está em Lc 1,45, foi dita por Isabel e se refere à Mãe de
Jesus: “Bem-aventurada aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte
do Senhor será cumprido”. Que Maria nos ensine a amar e viver as
Bem-aventuranças.
Bem-aventurados
vós, pobres. Mas, ai de vós, ricos.
CURIOSIDADES
Por que
nossos dedos enrugam quando ficamos muito tempo na água?
Entenda
o motivo por trás dessa estranha reação da nossa pele quando ficamos longos
períodos de baixo d’água.
Uma
coisa comum e até dolorosa em alguns momentos pela qual todos nós já passamos é
o enrugamento da ponta dos dedos. Dependendo da temperatura da água e do tempo
em que ficamos dentro dela, as digitais podem inchar tanto ao ponto de causarem
formigamento e hipersensibilidade, um reflexo da vasoconstrição, que é o
estreitamento dos vasos sanguíneos. Quando isso acontece, há um aumento da
pressão e inchaço na pele do local. Essa estranha função biológica, que parece
inútil pra maioria de nós, na verdade pode ter sido essencial na disputa pela
sobrevivência.
Em
estudo científico realizado pela Universidade de Newcastle, na Inglaterra,
voluntários foram expostos a um teste que consistia no seguinte: com as mãos
imersas num aquário transparente, tinham de passar bolinhas de gude de um lado
para o outro, sendo que havia uma parede com uma pequena abertura no meio. Com
o experimento sendo realizado tanto com pessoas com as mãos secas quanto com
outras que já estavam com as pontas dos dedos enrugadas, o tempo e a
dificuldade observados revelaram que as pessoas com dedos enrugados tinham
maior aderência à superfície lisa das bolinhas de gude, facilitando muito a
tarefa.
Evolutivamente,
isso quer dizer que essa função não é inútil. Muito pelo contrário, pode ter
sido definitiva para nossa habilidade de capturar alimentos e objetos embaixo
d’água, além de diminuir as chances de que escorregássemos em pedras com musgo,
por exemplo.
“Se o sistema nervoso está ativamente
controlando essa reação em certas circunstâncias e não em outras, é mais fácil
concluir que há uma função por trás disso, que é resultado da evolução. E a
evolução não teria selecionado essa resposta se ela não nos conferisse algum
tipo de vantagem”, explica Tom Smulders, do Centro de Comportamento e Evolução
de Newcastle. Para o cientista, a próxima etapa do estudo é observar se outros
primatas também têm a função, o que dirá se essa é uma capacidade exclusiva dos
humanos ou não.
“Se
ela está presente em muitos primatas, então minha opinião é que sua função
original pode ter sido locomotora, ajudando a se deslocar em vegetação úmida ou
árvores molhadas. Por outro lado, se for exclusiva de humanos, então podemos
considerar que é algo muito mais específico, como procurar por comida dentro e
à beira de rios”, conclui Smulders.
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Se
eu puder caminhar observando a amplidão do horizonte, não terei pressa, mas
mesmo assim andarei a passos largos...
Terei
a minha frente o infinito e poderei construir minha passagem...
Quando
vejo a amplidão, me vejo sem limites...
Não
existirão em meu trajeto obstáculos intransponíveis...
Mas
preciso da amplidão como espelho...
Na
verdade não quero o fim da caminhada, não quero um objetivo à minha frente como
uma marca de chegada...
Se
levantar os olhos e ver essa amplidão, estarei trilhando...
Passo
a passo...
Estarei
a caminho...
E
com um horizonte tão imenso a minha frente, não terei retornos, não
questionarei o que passou...
Apenas
seguirei...
Se
eu olhar para o lado e você estiver lá, meu sorriso será a certeza de que as
emoções vividas não foram vãs...
Oferecerei
a minha mão e poderemos ir juntos...
Passo
a passo...
Em
frente, com o mundo todo se abrindo a cada movimento e sem nunca querer chegar
ao fim...
Apenas
caminhando...
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