Terça-feira,
26 de agosto de 2014
"A
felicidade às vezes é uma bênção, mas geralmente é uma conquista." (Paulo
Coelho)
EVANGELHO
DE HOJE
Mt 23, 23-26
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus.
— Glória a
vós, Senhor!
“Ai de vós,
escribas e fariseus hipócritas! Pagais o dízimo da hortelã, da erva-doce e do
cominho, e deixais de lado os ensinamentos mais importantes da Lei, como o
direito, a misericórdia e a fidelidade. Isto é que deveríeis praticar, sem
contudo deixar aquilo. Guias cegos! Filtrais o mosquito, mas engolis o camelo.
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Limpais o copo e o prato por fora,
mas por dentro estais cheios de roubo e cobiça. Fariseu cego! Limpa primeiro o
copo por dentro, que também por fora ficará limpo.”
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor.
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Padre
Antonio Queiroz
Vós
deveríeis praticar isto, sem contudo deixar aquilo.
Neste
Evangelho, Jesus censura fortemente os escribas e os fariseus, devido à sua
hipocrisia. O piro é que os pecados deles são muito comuns entre nós. Usando a
comparação de limpar um copo, Jesus se refere às nossas atitudes erradas, que
são as raízes dos nossos atos errados. Eles se preocupavam com os atos externos
(limpar o copo por fora), mas Jesus quer mais, quer a nossa mudança de coração,
isto é, a nossa mudança de atitudes (limpar o copo por dentro).
A
palavra hipócrita, naquele tempo, significava não só dar uma aparência daquilo
que não é, mas falsificar as ações religiosas, a fim de dar uma aparência de
santo. Os verdadeiros enviados se colocam humildemente como seus servos, e
estão sempre em processo de conversão, a fim de não dar mau exemplo. Do
contrário eles podem afastar o povo de Deus, em vez de aproximar. Quem pensa
que sabe tudo, não dá a Deus a chave da sua mente. Quem pensa que cumpre todos
os mandamentos, não dá a Deus a chave do seu coração. Quem se afasta dos
pecadores e dos humildes, se afasta da misericórdia de Deus.
As
opções fundamentais da nossa vida, embora sejam invisíveis, têm as suas
epifanias (manifestações), pelas quais elas se tornam perceptíveis a nós e aos
outros. Por exemplo, se a minha vida não é direcionada para Deus, aparecem as
epifanias, que são os atos de pecado, grandes ou pequenos.
Há
uma diferença entre ato e atitude. A comparação com a árvore nos ajuda a
entender. Uma árvore tem folhas, galhos, tronco e raízes. Não vemos as raízes,
mas são elas que sustentam e dão vida a tudo, através da seiva. As raízes são
as nossas atitudes (fé, esperança, virtude da caridade, humildade... Também as
negativas: egoísmo, preguiça...), e o resto, o que aparece na árvore são os
nossos atos (solidariedade, alegria, perseverança, atos de caridade.. Ou os
negativos: roubo, violência, infidelidade...) Assim como não vemos as raízes de
uma árvore, não vemos as atitudes de uma pessoa. Mas elas são as mais
importantes, pois são elas que geram os atos da pessoa, bons ou maus.
É
importante descobrir, através dos nossos atos, quais são as nossas atitudes que
estão gerando esses atos. Pelo estilo de vida de uma pessoa podemos identificar
suas opções fundamentais.
Uma
árvore tem folhas, frutos e raízes. Nós vemos as folhas e os frutos, mas não
vemos as raízes. No entanto, são elas que alimentam as folhas e os frutos. O
mesmo acontece com o pecado e com a falta de fé; são frutos de raízes
escondidas.
“Filhinhos,
não ameis o mundo nem o que está no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai
não está nele; pois tudo o que está no mundo – a concupiscência da carne, a
cobiça exagerada de bens, e a soberba da vida – não vêm do Pai, mas do maligno”
(1Jo 2,15-16). Nesse texto, S. João cita os três grandes ídolos do mundo, que
começam com “p”: O prazer, e posse e o poder. O maior obstáculo é o apego
exagerado ao dinheiro, que está no segundo “p”.
Essas
tendências nossas, em si, são boas. Acontece que o pecado desorganiza as nossas
inclinações.
Pelo
prazer, às vezes buscamos vícios, faltamos ao domínio de nós mesmos, abusamos
do nosso próximo, caímos no comodismo, palavra bonita para dizer preguiça.
Pela
posse, caímos na avidez de ter coisas. Não partilhamos e facilmente pulamos da
posse de coisas para a posse de pessoas. “Quanto mais tem, mais quer”.
Pelo
poder, caímos na avidez de estar por cima, de mandar, ou de ter fama e
prestígio. Usando uma linguagem figurada, nós matamos pessoas só para subir em
cima dos seus cadáveres e assim todos nos verem. E ainda acenamos com cara
lavada: “Oi, estou aqui!” Claro, não deixamos ninguém ver o que há embaixo dos
nossos pés. Coisa horrível!
Outras
raízes do pecado e da incredulidade: A preguiça (Cf Pr 26,13-16), o egoísmo, o
egocentrismo... A fé cristã nos leva ao alocentrismo, que é o contrário de
egoísmo.
“Vós
pagais o dízimo da hortelã... e deixais de lado os ensinamentos mais
importante, como a justiça e a fidelidade!” Pagar o dízimo da hortelã é um ato
pequenino, mas bom. Agora, a justiça e a fidelidade são virtudes internas
nossas que geram atos bons muito mais importantes.
“Vós
limpais o copo e o prato por fora, mas por dentro estais cheios de roubo e
cobiça.” Limpar o copo é ato bom, embora pequenino. Agora, o roubo e a cobiça
são pecados grandes. O pior é limpar o copo para abafar ou esconder o roubo e a
cobiça.
“Guias
cegos!” Se o guia é cego, os dois vão cair num buraco. Imagine quem é guia de
todo um povo! E os fariseus e mestres da Lei não eram só cegos, mas
exploradores do povo a eles confiado. Esses guias cegos, de ontem e de hoje,
torcem o sentido das Sagradas Escrituras em função de seus interesses
gananciosos, e com isso, em vez de aproximar, afastam o povo de Deus e do seu
Reino.
Vamos
limpar-nos por dentro, tirando as raízes do mal eliminando os vícios e
enriquecendo-nos com as virtudes, e assim com certeza produziremos muitos e
bons frutos.
Certa
vez, um monge mestre e um noviço estavam viajando a pé. Chegaram a beira de um
rio e viram ali uma linda moça querendo atravessar o rio mas não conseguia
porque o rio não dava pé e ela não sabia nadar.
Então
a moça pediu a eles: “Por favor, levem-me até o outro lado. Eu preciso chegar
em casa!” O mestre a pegou, colocou nas costas e atravessou a nado o rio. O
noviço também atravessou nadando, e os dois continuaram a viagem. Várias horas
depois, o noviço criou coragem e disse ao mestre: “A nossa regra nos proíbe de
tocar em mulher. Como que o senhor fez aquilo, atravessando aquela moça nas
costas?” O mestre respondeu: “Eu deixei a moça lá na beira do córrego. E você
está trazendo-a consigo até agora!”
Aí
aparece direitinho onde está o pecado. Ele está no nosso coração, não nos
nossos atos externos simplesmente. Se nós fazemos as coisas com reta intenção e
querendo agradar a Deus, ele nos protege e não fazemos pecado, mesmo que
atravessemos um rio com uma linda moça nas costas. Por isso, não precisamos ter
medo dos nossos irmãos ou irmãs do sexo oposto.
Maria
Santíssima é toda pura e santa, por dentro e por fora. Isso transparece em seus
olhos, em seu coração, em tudo. Ela não se preocupava em aparecer, como os
hipócritas; o que ela queria era amar e servir a Deus e ao próximo. Por isso
foi escolhida por Deus para ser a Mãe do seu Filho e de todos nós. “Ó virgem
santa, rogai por nós pecadores!”
Vós
deveríeis praticar isto, sem contudo deixar aquilo.
VIDA
SAUDÁVEL
Os Dez
mandamentos da Terceira Idade, Quarta ...
Aos
que já tem essa idade, colocar em prática;
Aos
que estão caminhando para ela podem segui-las que não fará mal algum.
1.
Não se aposente da vida para se tornar a praga da família.
A
vida é atividade e o verdadeiro elixir da eterna juventude é o dinamismo. Não
despreze as ocupações enquanto tiver energia para as lutas cotidianas.
2.
Seja independente e preserve sua liberdade mesmo que seja dentro de um
quartinho. Quem renuncia ao próprio lar, obriga-se a andar na ponta dos pés
para evitar atritos com noras, genros, netos e outros parentes.
3.
Mantenha o governo de sua própria bolsa. Ajude seus filhos financeiramente, na
medida das suas posses, reserve uma parte para emergências e lembre-se que um
filho ambicioso pode ser mais temível que um inimigo.
4.
Cultive a arte da amizade como se fosse uma planta rara, cercando os familiares
de cuidados, como se fossem flores. Se sua memória estiver falhando, anote numa
agenda sentimental as datas mais importantes das suas vidas e compartilhe com
eles a alegria de estar presente.
5.
Cuide da sua aparência e seja o mais atraente possível. Não seja um daqueles
velhos relaxados, que exibem caspa na gola do paletó e manchas de gordura na
roupa, que revelam o cardápio da semana. Nunca despreze o uso de água e sabão.
6.
Seja cordial com seus vizinhos e amigos. Evite implicar-se com o latido do
cachorro, o miado do gato, o lixo fedorento na calçada ou o volume do rádio. Um
bom vizinho ou amigo é sempre um tesouro, especialmente se os parentes morarem
distantes.
7.
Cuidado com o nariz e não se intrometa na vida dos filhos e dos outros. Eles
são seres com cérebro, coração, vontade e contam com muitos anos para cometerem
seus próprios erros.
8.
Fuja do vício mais comum da velhice, que é a "Presunção". A longa vida pode não lhe ter trazido
sabedoria. Há muitos que chegam ao fim da jornada tão ignorantes como no início
dela.
Deixe
que a Humildade seja a sua marca mais forte.
9.
Os cabelos brancos não lhe dão o privilégio de ser ranzinza e
inconveniente. Lembre-se que toda
paciência tem limite e que não há nada mais desagradável do que alguém desejar
a sua morte.
10.
Não seja repetitivo ( se você se lembrar disso), contando a mesma história
três, quatro, cinco vezes. Quem olha só para o passado, tropeça no presente e
não vê a passagem para o futuro...
Adaptação de "Compreendendo Melhor Como Viver a
Terceira Idade, na Opinião da Terceira Idade" Dr. Conceil Corrêa da Silva
MOMENTO
DE REFLEXÃO
"Andava
mendigando de porta em porta ao longo da vereda da aldeia, quando tua carruagem
dourada apareceu na distância como um magnífico sonho, e me perguntei quem
seria este Rei de todos os reis!”
Minhas
esperanças cresceram, e pensei que os tristes dias tivessem passado e fiquei na
espera de dons não requeridos, de riquezas abundantes por toda parte.
Tua
carruagem parou perto de mim.
Olhaste-me
e desceste sorrindo.
Senti
que finalmente tinha chegado a fortuna de minha vida.
Mas,
improvisadamente me estendeste a mão pedindo:
'Que
tens para dar-me?'
Que
gesto régio foi o teu!
Estender
a mão a um mendigo para mendigar!
Fiquei
indeciso e confuso.
Depois
tirei do meu alforje o menor grão de trigo e te o ofereci.
Mas
qual não foi a minha surpresa quando, terminado o dia, esvaziei meu alforje por
terra e encontrei um grãozinho de ouro no meu pobre acervo!
“Chorei
amargamente e desejei haver tido a coragem de doar-te tudo aquilo que
tinha".
Rabindranath
Tagore
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