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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Domingo de Páscoa 31/03/2013


Domingo de Páscoa, 31 de março de 2013.


“Tudo o que dizemos será inútil, se não for confirmado pelo que fazemos.” Jonathan Edwards



EVANGELHO DE HOJE
Jo 20,1-9

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— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas
— Glória a vós, Senhor!


1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido tirada do túmulo. 2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.
3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.
9De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.


Palavra da Salvação
Glória a vós Senhor.




MEDITANDO O EVANGELHO
Padre Queiroz

Ele devia ressuscitar dos mortos.
Hoje é o dia da Páscoa. A ressurreição de Jesus é o mistério maior de todo o ano litúrgico, mistério que celebramos todos os domingos na Santa Missa. É a verdade nuclear do cristianismo e a razão da nossa fé esperança. É também o ponto mais alto da vida de Jesus, nosso salvador. A ressurreição de Jesus é fonte de vida nova para todos nós. “A mão do Senhor fez maravilhas; exultemos de alegria!” (Salmo responsorial)
A ressurreição de Jesus transcende a vida material, por isso não dá para ser comprovada “cientificamente”; pertence ao âmbito da fé, que é sobrenatural. Entretanto, a nossa fé na ressurreição tem fundamento sólido; baseamo-nos no testemunho dos Apóstolos e das mulheres, para os quais Cristo ressuscitado apareceu várias vezes, ou se manifestou através de anjos. Essas experiências deram aos discípulos a segurança absoluta de que Jesus, a quem tinham visto morrer, estava vivo e presente entre eles. E assim continua até hoje.
A ressurreição de Cristo nos enche de alegria e nos leva a ser suas testemunhas em toda a nossa vida. Nós, pela fé, vemos e experimentamos o invisível e transcendente. E também testemunhamos, convidando todos a ressuscitarem com Cristo. “Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”
Maria Madalena “viu que a pedra tinha sido tirada do túmulo”. Essa pedra não foi removida só do túmulo de Jesus. Ela foi removida da nossa vida. Ela simboliza tudo o que impede a nossa realização e felicidade. Todos os males, inclusive a morte, foram sepultados junto com Jesus, e destruídos para sempre. A ressurreição já nos está garantida, e ela não é uma realidade futura apenas, é presente: “Se ressuscitastes com Cristo...” (2ª Leitura)
As pedras do nosso caminho foram todas removidas. Podemos ter a cabeça erguida e o sorriso nos lábios. Essa é a atitude pascal.
Todos nós encontramos pedras em nosso caminho. Grandes e pequenas. Não precisamos mais nos preocupar com elas, porque Deus é providente e na hora certa as retira do nosso caminho.
Todos nós encontramos pedras em nosso caminho. Às vezes aparece, em vez de pedra, uma muralha. Neste caso, a nossa melhor atitude não é ficar dando cabeçadas na muralha, mas procurar a brecha, uma saída. Porque Deus não permite barreira sem brecha em nossa vida. Sempre há uma saída. Pode ser que levemos alguns arranhões, mas sempre dá para vencer.
Havia, certa vez, um cientista que era um dos homens mais cultos e estudados do seu país. Ele era conhecido mundialmente, devido aos seus livros e publicações na internet.
Um dia este senhor foi visitar um parente pobre, que morava em um sítio. O seu parente ficou feliz, e toda a família saiu de casa e foi passear pelo sítio com o ilustre parente cientista.
Eles tinham de atravessar um rio, onde havia uma pinguela. Mas o cientista não teve coragem. As crianças, a vovó, todos iam e vinham na pinguela para lhe dar coragem, mas não adiantou. Tiveram de voltar para trás.
Jesus ressuscitado, não só remove todas as pedras do nosso caminho, mas nos dá condições de passar em qualquer pinguela; não só isso, mas de enfrentar qualquer tempestade. “Cristo ressuscitou e nós com ele, aleluia!”
Maria Santíssima encontrou também muitas pedras em seu caminho. A primeira veio logo na Anunciação: “Como acontecerá isso, já que eu não convivo com um homem?” Mas o anjo logo retirou essa pedra: “O Espírito Santo descerá sobre ti...”
Quando S. José queria deixá-la, foi outra pedra. Mas Deus interveio e, através de um sonho, revelou a José o seu papel no mistério, acalmando-o.
As sete dores foram sete pedras, e foram todas removidas. Que Maria nos ajude a também removermos todas as pedras que aparecerem.
Ele devia ressuscitar dos mortos.







MOMENTO DE REFLEXÃO


POR QUE JESUS DOBROU O LENÇO?
 Vamos refletir novamente...
 A Bíblia reserva um versículo inteiro, para nos dizer que o lenço, foi dobrado cuidadosamente e colocado na cabeceira do túmulo de pedra.
Bem cedo, na manhã de domingo, Maria Madalena foi à tumba e descobriu que a pedra da entrada havia sido removida.
Ela correu ao encontro de Simão Pedro e outro discípulo... (aquele que Jesus tanto amara): João e disse ela: - "Tiraram o corpo do Senhor e eu não sei para onde o levaram."
Pedro e o outro discípulo correram ao túmulo para ver ...
O outro discípulo passou à frente de Pedro e lá chegou primeiro. Ele parou e observou os lençóis, mas ele não entrou no túmulo.
Simão Pedro chegou e entrou. Ele também notou os lençóis ali deixados, enquanto o lenço que cobrira a face de Jesus estava dobrado, e colocado em outro lado.
Para poder entender a significado do lenço dobrado, se faz necessário que entendamos um pouco a respeito da tradição Hebraica daquela época.
O lenço dobrado tem  a ver com o Amo e o Servo, e todo menino Judeu conhecia essa tradição.
Quando o Servo colocava a mesa de jantar para o seu Amo, ele buscava ter certeza em fazê-lo exatamente da maneira que seu Amo queria.
A mesa era colocada ao gosto de seu Amo e, o Servo esperava fora da visão Dele, até que o mesmo terminasse a refeição. O Servo não podia se atrever nunca, a tocar na mesa antes que o Amo tivesse terminado a sua refeição.
Diz a tradição que ao terminar a refeição, o Amo se levantava, limpava os dedos, a boca, a  sua barba, e embolava o lenço e o jogava sobre a mesa. Naquele tempo o lenço embolado queria dizer: "Eu terminei".

No entanto, se o Amo se levantasse e deixasse o lenço dobrado ao lado do prato, o Servo jamais ousaria tocar na mesa porque, o lenço dobrado queria dizer: - "Eu voltarei!".
 A Bíblia reserva um versículo inteiro para nos contar que o lenço fora dobrado e cuidadosamente colocado na cabeceira do túmulo de pedra.
 Jesus disse que Ele está voltando! O recado nos foi dado claramente! Oro para que você seja abençoado com a paz e a alegria em saber que Ele está voltando e isso pode ser muito breve.
Esteja pronto, preparado! HOSANA - JESUS VEM!


Texto adaptado: Rev. Osni Ferreira Benedito



Diário de Sábado 30/03/2013



Sábado, 30 de março de 2013.


“Pessoas inteligentes ouvem antes de tomar decisões!”


EVANGELHO DE HOJE

Lc 24,1-12

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas

— Glória a vós, Senhor!


1No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado. 2Elas encontraram a pedra do túmulo removida. 3Mas, ao entrar, não encontraram o corpo do Senhor Jesus 4e ficaram sem saber o que estava acontecendo. Nisso, dois homens com roupas brilhantes pararam perto delas.

5Tomadas de medo, elas olhavam para o chão, mas os dois homens disseram: "Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? 6Ele não está aqui. Ressuscitou! Lembrai-vos do que ele vos falou, quando ainda estava na Galiléia: 7'O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia'".

8Então as mulheres se lembraram das palavras de Jesus. 9Voltaram do túmulo e anunciaram tudo isso aos Onze e a todos os outros. 10Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas contaram essas coisas aos apóstolos. 11Mas eles acharam que tudo isso era desvario, e não acreditaram.

12Pedro, no entanto, levantou-se e correu ao túmulo. Olhou para dentro e viu apenas os lençóis. Então voltou para casa, admirado com o que havia acontecido.


Palavra da Salvação

Glória a vós Senhor.



MEDITANDO O EVANGELHO

Elian


"No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado". (24:1) (Lucas 24,1). Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, quando chegaram ao local onde Jesus havia sido sepultado, viram que a pedra o tumulo havia sido removida, e o corpo de Jesus não estava lá. Dois homens de roupas brilhantes apareceram para elas e disseram: "Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo?" "Ele não está aqui, ressuscitou! " (24:5b-6a) (Lucas 24, 5.6) A tristeza dá lugar a alegria, a vida venceu a morte, a escuridão foi vencida pela luz. As mulheres são as portadoras da boa notícia, e foram até os onze contar o que acontecera. Porém, eles não acreditaram como as mulheres que Jesus havia ressuscitado. Pedro foi ao túmulo e vendo apenas os lençóis ficou admirado com o que viu. As palavras de Jesus agora faziam sentido, agora entendera, Ele está vivo.

Jesus está vivo! Ele ressuscitou! E junto com ele renascemos para uma vida nova. E é essa alegria, nesta noite de sábado que vamos reviver. A luz vence as trevas, e Jesus nos faz participantes de sua vitória sobre a morte. Esta noite é única, outra igual não há e não haverá. E como as mulheres do evangelho fizeram, devemos anunciar e comunicar a todos que Jesus ressuscitou dos mortos, Ele está vivo, no meio de nós, em cada um de nós. Jesus acompanha a cada um de nós sempre, e é essa fé, essa confiança que nos leva a acreditar que podemos lutar por um mundo melhor, acreditar que pessoas possam mudar, que a humanidade pode mudar. Nós somos responsáveis por essa mudança, somos os anunciadores da boa nova.

Jesus está junto do Pai, intercedendo por todos nós, ele não nos deixou, quando fomos batizados, recebemos seu Espírito Santo, por isso Cristo está e permanece em nós. Cristo também se faz presente e real na Eucaristia, no pão e no vinho. Então neste Sábado Santo, nesta noite de alegria, não existe mais tristeza, nossos pecados são perdoados, as lágrimas? Enxuguemos todas as lágrimas, a vida venceu a morte.

"Eis agora a Páscoa, nossa festa, em que o real Cordeiro se imolou: marcando nossas portas, nossas almas, com seu divino sangue nos salvou! Ó Noite de alegria verdadeira, que prostra o Faraó e ergue os hebreus, que une de novo ao céu a terra inteira, pondo na treva humana a luz de Deus!"

"Ó sublime mistério desta Noite Santa! Noite na qual revivemos o extraordinário evento da Ressurreição! Se Cristo tivesse permanecido prisioneiro do sepulcro, a humanidade e toda a criação, de certo modo, teriam perdido o próprio sentido. Mas Vós, Cristo, realmente ressuscitastes!" João Paulo II, Vigília Pascal, Vaticano, 19 de Abril de 2003


Oração

"Pai, abra o meu coração para acolher os testemunhos verdadeiros da ressurreição de teu filho, sem me deixar contaminar pelos preconceitos".

FELIZ PÁSCOA A TODOS!



MOMENTO DE REFLEXÃO


Já era fim de tarde, o dia grande se aproxima... A noite seria a mais longa de todos os tempos. Mesmo que não fosse novidade o que iria acontecer comigo. Meu pai me enviou me dizendo como seria meu último dia na terra. Mesmo assim era difícil.

Eu sabia que a morte seria dolorosa, mas não tanto. Sabia que iriam rir de mim, mas não aqueles que andaram comigo, que receberam de mim vida. Alguns dos que ali estavam não me deixaram enquanto eu caminhava com eles, quando tiveram fome não foram comprar, eu fui até eles e os dei a comer, pão divino e físico. Não os deixei faltar amor nem milagres e nem vida em abundância. Mas ali estava eu abandonado naquele lugar.

Pouco tempo antes de ser preso fui traído. A traição nunca é boa, mas quando se sabe que vai ser traído temos a ideia que será mais fácil, não é. Quando vi aqueles soldados, que dor na alma. Eu sabia que já tinha sido entregue por aquele que deveria estar ali comigo orando pelos meus últimos momentos. Sabiam os meus amigos e seguidores que este momento chegaria. Eu falava a eles todo o tempo, mas não me davam ouvidos, queriam apenas o melhor de mim, não participar da minha dor.

Quando me levaram para acusação, nem sabiam o que dizer, este é aquele diziam uns, este é o que fazia isso dizia o outro. Mas acusação séria e formal ninguém tinha. Mesmo assim não me deixaram ir. Fui preso injustamente, ou justamente por querer salvar aqueles que me prendiam. Um dos meus seguidores me disse um dia que morreria comigo. Mas ali não estava, e nem sei para onde foram, pois quando os soldados chegaram e me prenderam foi um corre-corre. E o medo que sobrassem para eles? Nesta hora lembraram de suas famílias, amigos e cada um foi para o seu lado.

Passei a noite naquele lugar frio, fedido e que era o meu lugar por VOCÊ que me lê neste momento. Ali começava minha morte, acusação sem justa causa. E você ai solto quando deveria pagar por seus próprios pecados. Mas escolhi dizer sim, afinal eu sabia que você não daria conta de pagar seus pecados como deveriam ser pagos. - Com sangue. E só o sangue de um sem pecados poderia dar fim há seus dias de pecador o transformando em separado e limpo.

Foi-me oferecido uma coroa, afinal todo rei tem a sua. Nada de brilhante retirados com sangue de trabalhadores e pago em forma de escravidão. Nada de pedras raras achadas por ricos empresários que nem sabe o que é retirar uma pedra preciosa, muito menos trabalhá-la. A CRUZ CONTINHA ESPINHOS, estes espinhos foram colocados para zombar do meu título, dizer que eu não era nada, pobres homens perdidos. Não sabiam que cada espinho que me entrava testa afora era seus próprios pecados que já começavam a pesar sobre mim.

Enfim os açoites chegaram, cada arma usada para me açoitar tinha um fim, então apanhei da forma mais dolorida que se possa imaginar. Quando não havia mais forças em meu corpo, bateram mais um pouco para que eu provasse a eles quem eu era. Como saberiam se em seus corações não havia espaço para a vida e sim a morte.

Quando liberaram um criminoso para que eu pudesse ser preso, apenas cumpriram o que meu pai havia ordenado, afinal jamais em seus corações saberiam o que faziam, eram cegos em suas próprias cobiças. Não pararam para pensar que aquele preso poderia gastar tempo para ser novamente preso, iria atormentar suas famílias e amigos, ou eles mesmos estariam em perigo. Mas não enxergavam nada, estavam cegos de prazer em me ver ser morto, provando assim que estavam certos e eu sempre fui um impostor. O que não sabiam era que os seus pecados não davam conta de mim, satanás estava dizendo a eles que eu não era nada para poder dominar suas vidas.

A cruz me foi oferecida como ponto final de todo aquele martírio. Como era pesada, meu corpo doía todo. Não havia mais lugar sem feridas, o sangue brotava em todo corpo, meus poros já não vertiam suor e sim sangue. QUANDO AQUELA MADEIRA FOI COLOCADA NO MEU OMBRO, QUE VONTADE DE DIZER CHEGA PAI, NÃO AQUENTO MAIS, ESTÁ SENDO MUITO DIFÍCIL. ONDE ESTÁS QUE NÃO POSSO TE VER.

Quando pedi que passasse de mim aquele cálice não estava sendo fraco, mas expressava ao meu pai o quando sofria pelos SEUS pecados, por cada resposta atravessada que você dá, por cada mentira contada, por cada morte saindo de seus dedos, por cada droga que você vende ou consome. Por cada minuto de sua preciosa vida que você jamais saberá o preço, Pois, fui eu quem a pagou.

Ao levar aquela cruz, você acha que um dos meus seguidores se ofereceu para levá-la. Não, não mesmo. Cada um continuava no seu lugar, vi minha mãe chorando, meus irmãos a ajudando sem nada poder fazer. Ela até que poderia me ajudar, mas a mulher pouco importava naquele tempo, era como se ela nem ali estivesse. Mas eu morria por isso também para depois mulheres saírem queimando sutiãs dizendo serem elas a conquistarem espaço na sociedade. Eu conquistei este espaço a vocês ali naquela cruz.

O único que carregou a cruz comigo o fez obrigado, mas não deixou de receber sua paga. Meu pai olhou por ele.

Quando cada prego era pregado em minhas mãos e pés, não tem descrição da dor e hoje ficam ai no mundo moderno fazendo livros, debatendo se foi no pulso, na mão onde entraram os pregos. Eu sei onde foi, na minha carne, para que a sua fosse limpa e remida. Foi na carne para que você pudesse resistir as suas tentações, lançadas pelo meu inimigo satanás. Mas você prefere dar lugar a ele que nada pagou por você.

“A ti Senhor entrego o meu Espírito”. Acabou o meu tempo sobre a terra. Meu corpo é deixado sem a vida física. A escuridão toma conta do local. Meu pai me recebe no túmulo onde ficarei poucos dias. Ali será apenas um local de espera, onde muitos poderão comemorar minha ida, mas não sabem que voltarei ainda mais forte, pois irei para o meu pai.

Os que caminharam comigo não sabiam o que fazer após minha morte, tive que voltar a eles e os mostrar quem eu realmente era, nem sabiam o que iria acontecer, não foi falta de avisar, lembrar repetir. Estavam cegos em suas cobiças e desejos.

Talvez você esteja os condenando e dizendo, está vendo nem os discípulos sabiam quem era Jesus, andava com ele, mas não o conhecia? E VOCÊ me conhece? Sabe quem sou e porque morri? Foi por você que hoje não deseja que eu faça algo em sua vida para transformá-la. Quer ir onde há abundancia de milagres, palavras bonitas, pessoas bonitas no altar que em muitos lugares não são meus e sim de homens interessados naquilo que lhes dão retorno financeiro. E vocês não vêm a mim para nada, eles são o suficiente para enchê-los de engodo e lixo.

Jamais saberão o quanto custou a mim Jesus Cristo o seus pecados, até que eu volte e busque o meu povo, a minha igreja, lavada no meu sangue. Não esta casa de prostituição cultual. Esta casa de aparatos lindos, mas são como túmulos cheio de pintura só por fora, por dentro são mortos e mal cheirosos. O meu povo dá a vida por mim como eu dei a eles. São escolhidos por terem um coração aberto a minhas palavras. São como ovelhas e não como bodes.

Hoje sou vencedor, não porque conquistei fama no mundo, não por meu pai ter sobre seu domínio todas as riquezas da terra. Ele é dono de ouro e prata e basta apenas uma palavra sua e tudo muda de lugar. Mas eu além de ter tudo isso comigo, venci junto ao meu pai a morte. Tenho a chave até do inferno, nem satanás conseguiu dominar sua casa. Ele também está debaixo dos meus pés.

Estou preparando um lugar para meus irmãos, um lugar sem sofrimento onde poderão passar a eternidade, uma palavra que muitos não conseguem pensar por estarem com seus olhos voltados apenas para sua carne e seus domínios. É como se ela não existisse. E é essa tem sido a mensagem desde o Jardim do Edem quando Eva e Adão deram ouvidos a satanás.

Você pode escolher seu caminho, aquele que preparei com sangue, lágrimas e dor ou o de satanás que nada fez por você a não ser roubar, matar e te destruir e te largar solto em seus delitos sofrendo sozinho a paga pelos seus feitos. Te conto tudo isso hoje pois é sua última oportunidade, pedirei a sua alma, o que tens a me dar?

Eu sou Jesus Cristo, venha a mim como estás...


Silvia Letícia Carrijo de Azevedo Sá


Diário de Sexta-feira santa 29/03/2013



Sexta-feira, 29 de março de 2013.

“Você não pode evitar que os problemas batam à sua porta, mas não há necessidade de oferecer-lhes uma cadeira” (Joseph Joubert)

EVANGELHO DE HOJE

Jo 18,1-19,42

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João

— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 1Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos. 2Também Judas, o traidor, conhecia o lugar, porque Jesus costumava reunir-se aí com os seus discípulos. 3Judas levou consigo um destacamento de soldados e alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus, e chegou ali com lanternas, tochas e armas. 4Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer, saiu ao encontro deles e disse: A quem procurais? 5Responderam: A Jesus, o nazareno. Ele disse: Sou eu. Judas, o traidor, estava junto com eles. 6Quando Jesus disse "sou eu", eles recuaram e caíram por terra. 7De novo lhes perguntou: A quem procurais? Eles responderam: A Jesus, o nazareno. 8Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai que estes se retirem. 9Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito: "Não perdi nenhum daqueles que me confiaste". 10Simão Pedro, que trazia uma espada consigo, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco. 11Então Jesus disse a Pedro: Guarda a tua espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?"


12Então, os soldados, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. 13Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro de Caifás, o sumo sacerdote naquele ano. 14Foi Caifás que deu aos judeus o conselho: "É preferível que um só morra pelo povo". 15Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote.


16Pedro ficou fora, perto da porta. Então o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu, conversou com a encarregada da porta e levou Pedro para dentro. 17A criada que guardava a porta disse a Pedro: Não pertences também tu aos discípulos desse homem? Ele respondeu: Não. 18Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira e estavam se aquecendo, pois fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se. 19Entretanto, o sumo sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e de seu ensinamento. 20Jesus lhe respondeu: Eu falei às claras ao mundo. Ensinei sempre na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas. 21Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei; eles sabem o que eu disse. 22Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali estava deu-lhe uma bofetada, dizendo: É assim que respondes ao sumo sacerdote? 23Respondeu-lhe Jesus: Se respondi mal, mostra em quê; mas, se falei bem, por que me bates? 24Então, Anás enviou Jesus amarrado para Caifás, o sumo sacerdote.


25Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se. Disseram-lhe: Não és tu, também, um dos discípulos dele? Pedro negou: Não! 26Então um dos empregados do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse: Será que não te vi no jardim com ele? 27Novamente Pedro negou. E na mesma hora, o galo cantou.


28De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo. Eles mesmos não entraram no palácio, para não ficarem impuros e poderem comer a páscoa. 29Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse: Que acusação apresentais contra este homem? 30Eles responderam: Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti! 31Pilatos disse: Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a vossa lei. Os judeus lhe responderam: Nós não podemos condenar ninguém à morte. 32Assim se realizava o que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer. 33Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe: Tu és o rei dos judeus


34Jesus respondeu: Estás dizendo isto por ti mesmo, ou outros te disseram isto de mim? 35Pilatos falou: Por acaso, sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste? 36Jesus respondeu: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui. 37Pilatos disse a Jesus: Então tu és rei? Jesus respondeu: Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz. 38Pilatos disse a Jesus: O que é a verdade? Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus e disse-lhes: Eu não encontro nenhuma culpa nele. 39Mas existe entre vós um costume, que pela páscoa eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos judeus? 40Então, começaram a gritar de novo: Este não, mas Barrabás! Barrabás era um bandido.


19,1Então Pilatos mandou flagelar Jesus. 2Os soldados teceram uma coroa de espinhos e colocaram-na na cabeça de Jesus. Vestiram-no com um manto vermelho, 3aproximavam-se dele e diziam: Viva o rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas. 4Pilatos saiu de novo e disse aos judeus: Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que não encontro nele crime algum. 5Então Jesus veio para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho. Pilatos disse-lhes: Eis o homem! 6Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar: Crucifica-o! Crucifica-o! Pilatos respondeu: Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum. 7Os judeus responderam: Nós temos uma lei, e, segundo esta lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus. 8Ao ouvir estas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. 9Entrou outra vez no palácio e perguntou a Jesus: De onde és tu? Jesus ficou calado. 10Então Pilatos disse: Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar? 11Jesus respondeu: Tu não terias autoridade alguma sobre mim, se ela não te fosse dada do alto. Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior.


12Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam: Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César. 13Ouvindo estas palavras, Pilatos levou Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado "Pavimento", em hebraico "Gábata". 14Era o dia da preparação da páscoa, por volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus: Eis o vosso rei! 15Eles, porém, gritavam: Fora! Fora! Crucifica-o! Pilatos disse: Hei de crucificar o vosso rei? Os sumos sacerdotes responderam: Não temos outro rei senão César. 16Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram.


17Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar chamado "Calvário", em hebraico "Gólgota". 18Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e Jesus no meio. 19Pilatos mandou ainda escrever um letreiro e colocá-lo na cruz; nele estava escrito: "Jesus, o nazareno, o rei dos judeus". 20Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego. 21Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: Não escrevas "o rei dos judeus", mas sim o que ele disse: "Eu sou o rei dos judeus". 22Pilatos respondeu: O que escrevi, está escrito.


23Depois que crucificaram Jesus, os soldados repartiram a sua roupa em quatro partes, uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era tecida sem costura, em peça única de alto a baixo. 24Disseram então entre si: Não vamos dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será. Assim se cumpria a escritura que diz: "Repartiram entre si as minhas vestes e lançaram sorte sobre a minha túnica". Assim procederam os soldados.


25Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: Mulher, este é o teu filho. 27Depois disse ao discípulo: Esta é a tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a acolheu consigo.


28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a escritura se cumprisse até o fim, disse: Tenho sede. 29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30Ele tomou o vinagre e disse: Tudo está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.


Todos se ajoelham e ficam em silêncio


31Era o dia da preparação para a páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. 32Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus. 33Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. 35Aquele que viu, dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis. 36Isso aconteceu para que se cumprisse a escritura, que diz: "Não quebrarão nenhum dos seus ossos". 37E outra escritura ainda diz: "Olharão para aquele que transpassaram".


38Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus - mas às escondidas, por medo dos judeus - pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos consentiu. Então José veio tirar o corpo de Jesus. 39Chegou também Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido de noite encontrar-se com Jesus. Levou uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés. 40Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho, como os judeus costumam sepultar. 41No lugar onde Jesus, foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. 42Por causa da preparação da páscoa, e como o túmulo estava perto, foi ali que colocaram Jesus.

Palavra da Salvação

Glória a vós Senhor.



MEDITANDO O EVANGELHO

Humberto Selau Inácio


HOJE JESUS MORRE POR VOCÊ!

Você já parou pra pensar o que faria se soubesse que sua mãe, esposa, marido ou alguém que você diz amar, tivesse apenas mais algumas horas de vida? Como você viveria esses últimos momentos?

"Ah, eu não sairia de perto nem por um segundo!", talvez fosse sua resposta. Isso é importante, mas no fundo reflete uma sensação de dever não cumprido, de tarefa mal feita, pois você viveu bons anos ao lado daquela pessoa e pelo "fuzuê" do dia-a-dia, acabou não convivendo (vivendo com) tal pessoa! Se você, ultimamente, não tem estado muito com Jesus, o Pai lhe dá mais uma chance: nesta semana a Igreja nos convida, através da liturgia, a passarmos mais tempo com Jesus, com-vivendo mais com Ele. Por isso temos tantas celebrações.

Ontem, depois da ceia, Jesus com seus apóstolos segue para o Jardim das Oliveiras e convida Pedro, Tiago e João para vigiarem e orarem com Ele. Ao chegarmos à igreja hoje, notaremos, entre outras coisas, o sacrário vazio, o altar descoberto e não haverá celebração da missa. Por quê? Porque hoje refletiremos os últimos momentos de Jesus antes de sua morte e poderemos experimentar na pele sua ausência. O "vazio" na igreja quer simbolizar o vazio de uma vida sem Jesus, vida sem sentido.

Hoje Jesus morre por você! Morre por amor a você! E sabe onde? Na cruz? Claro que não! Jesus morre no Monte das Oliveiras assim que decide, no mais profundo de seu íntimo, fazer a vontade do Pai e não a sua própria. Enquanto ser humano, a vontade dEle está baseada no instinto de sobrevivência, que nada mais é do que o apelo egoísta da nossa natureza pela manutenção da vida. Jesus verdadeiramente morre por amor porque renuncia ao egoísmo de zelar pela própria vida, cedendo-a em nosso favor. Pense, num minuto, nas pessoas que você diz amar. Agora pergunte-se: por quais dessas pessoas eu teria a coragem de morrer se preciso fosse? Seja sincero consigo mesmo e não se envergonhe se não sobrarem muitas pessoas. ELE TEVE CORAGEM DE MORRER POR VOCÊ! Espelhe-se nEle! Ele sabe o que você sente porque já passou por isso! Peça-lhe essa graça hoje: SENHOR, FAZ-ME MORRER PARA O MEU EGOÍSMO E ME RESSUSCITE PARA O AMOR! Se assim viveres, serás feliz!

humberto@ciser.com.br


MOMENTO DE REFLEXÃO


Afirma-se que um famoso pintor do renascimento, quando pintava um quadro sobre o menino Jesus, após conceber e fazer os primeiros estudos, procurou uma criança que lhe servisse de modelo para a face do Mestre, na infância.

Procurou em muitos lugares até encontrar um pequenino sujo, que brincava nas ruas. O menino retratava no olhar e na face toda a pureza, bondade, beleza e ternura que se podia conceber.

Explicou-lhe o que desejava e, ante a autorização da família, levou-o para posar no seu atelier, retribuindo-lhe o trabalho com expressiva soma em moedas de ouro.

Anos depois, o artista desejou pintar outro quadro. Dessa vez iria retratar Judas. E saiu em busca de alguém que pudesse lhe oferecer o rosto do traidor.

Em mercados e praças públicas, tavernas e antros de costumes perniciosos por onde esteve à procura, não encontrou ninguém que se assemelhasse, em aparência, ao discípulo equivocado.

Já havia desanimado de procurar e pensava em desistir, quando, visitando uma taberna de má qualidade, se deparou com um delinquente embriagado, em cujo olhar e semblante se encontravam os conflitos do traidor, conforme a concepção que dele fazia.

A barba endurecida, a cabeleira mal cuidada, eram a moldura para o olhar inquieto, desconfiado, num rosto contorcido pelo desconforto íntimo, formando um conjunto de dor e revolta, insegurança e arrependimento ímpares.

Comovido com o fato, o artista convidou aquele homem para posar, ao que ele respondeu que só faria sob a condição de boa recompensa financeira.

O pintor começou a obra e percebeu, após algumas sessões, que a face congestionada daquele homem se modificava a cada dia, perdendo a agressividade e a perturbação.

Um dia resolveu perguntar ao modelo o porque de tal transformação, ao que ele, um tanto melancólico, respondeu:

Posando nesta sala, recordo-me que há alguns anos atras, eu servi ao senhor de modelo para a face do menino Jesus…Eu sou aquele garoto em cujo rosto o senhor encontrou a paz e a beleza do Justo traído…

O dinheiro que ganhei, em face da minha imaturidade, mais tarde pôs-me a perder  e, de queda em queda, numa noite em que me embriaguei, por uma disputa insignificante matei outro homem.

Condenado num julgamento arbitrário, envenenei-me de ódio…

Agora, pisando neste lugar outra vez, recordo daquele tempo e retorno, emocionalmente, a Ele, e me acalmo…

Paradoxalmente, o mesmo indivíduo ficou retratado na face de Jesus menino e de Judas, em muitos de nós, simbolicamente, temos os nossos dias de traído e de traidor.

Dias em que trazemos na face a expressão da bondade e da ternura. E dias em que somos o retrato vivo do desespero.

É nesses dias difíceis que devemos buscar, emocionalmente, a serenidade dos dias de luz e seguir em frente com vontade de imprimir, de vez por todas, a face justa e bela do nosso modelo maior, que é Jesus Cristo.


Paulo Nunes Junior

Diário de Quinta-feira 28/03/2013



Quinta-feira, 28 de março de 2013.


“Você não pode evitar que os problemas batam à sua porta, mas não há necessidade de oferecer-lhes uma cadeira” (Joseph Joubert)

EVANGELHO DE HOJE

Jo 13,1-15


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João

— Glória a vós, Senhor!


1Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.

2Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus.

3Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava,

4levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura.

5Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido.

6Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me lavas os pés?” 7Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”.

8Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!”

Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”.

9Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”.

10Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”.

11Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”.

12Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? 13Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou.

14Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros.

15Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.


Palavra da Salvação

Glória a vós Senhor.


MEDITANDO O EVANGELHO

Alexandre Soledade

Bom dia! Certo dia (…). Amo isso!

Num jardim, caminhavam tranquilamente vários insetos e cada um vivia sua vida de acordo com suas funções e atribuições. Muitos olhavam na vida dos outros, coisas que mereciam ser copiadas. A minhoca queria ter as pernas no Sr. Gafanhoto, pois era tão difícil se locomover apenas perfurando buracos; a D. Aranha gostaria de ter menos pernas como a Srta. Pulga (que só tem uma), pois era muito caro comprar tantos tênis e sandálias (…). Como nós, nunca estamos por completo, satisfeitos com que temos.

“(…) O olhar do invejoso é mau; ele desvia o rosto e despreza sua alma. O olhar do avarento é insaciável a respeito da iniqüidade, só ficará satisfeito quando tiver ressecado e consumido a sua alma. O olhar maldoso só leva ao mal; não será saciado com pão, mas será pobre e triste em sua própria mesa“. (Ecesiastico14, 8-10)

Como em qualquer boa fábula, também existiam uma formiga e uma cigarra. A formiga pra variar, trabalhava, trabalhava e trabalhava (Marta, Marta! Risos). Ao subir para cortar um belo suculento broto de goiabeira, viu a uma cigarra pousar numa árvore e ali ficou. Dia após dia ela podia ver a cigarra ali parada – imóvel.

- Que cigarra imprestável e preguiçosa! Nem pra cantar presta! Assim suspirou a formiga.

Não agüentando mais ver o ócio daquela cigarra, resolveu então ir até a árvore e chamá-la atenção. Falar talvez que a vida não é somente isso. Que deveria começar a planejar sua vida, pois invernos viriam. Como vocês já sabem né? Papo de formiga! Chegando lá gritou:

- Ôh cigarra! Vai trabalhar! Mas esta nada respondeu!

Vendo a cena intrigante, uma cigarra, parou de cantar e perguntou o que estava acontecendo. A formiga rapidamente respondeu que a vida não era só isso e blá, blá, blá…

- Formiga! Realmente a vida não é só isso que vemos! Disse a cigarra. Você não conhece muito sobre a vida ainda.

-Como não sei!? Trabalho em prol da colônia desde que eu era uma ninfa – retrucou a formiga.

- Você não deve ter notado, mas esse ai sou eu. Afirmou a cigarra. Periodicamente precisamos abandonar o que é velho para poder crescer. Isso que você vê é a lembrança do que já fui. Cigarras não são formigas. Ao nascer ficamos debaixo da terra de 2 a 17 anos para poder então poder voar. Durante esse tempo, aprendemos que no momento certo, ganharíamos assas. E continuou:

- Nossa vida aqui fora é curta, por isso não paramos de cantar. Sei que nosso canto perturba, mas não tem como não nos ouvir. Fatalmente, um dia seremos alimento de outros, pois se me escondo acabo vivendo sugando árvores e como você diz, invernos virão e morrerei sem apresentar meu canto. Cantar para mim é a garantia de continuidade de minha espécie, pois nossas fêmeas não cantam, portanto elas se guiam por nosso canto. É a nossa missão, é o nosso trabalho.

“(…) Mas, se morrer, dará muito trigo. Quem ama a sua vida não terá a vida verdadeira; mas quem não se apega à sua vida, neste mundo, ganhará para sempre a vida verdadeira.”.

Criei essa fábula e deixo algumas reflexões:

1. Nem todos que nos cercam “cantam” a nossa canção, mas devemos continuar cantar para guiá-los para onde estamos indo;

2. Não sabemos de tudo! Temos muito ainda por aprender;

3. Preciso decidir entre “cantar” (anunciar, amar, perdoar, acolher) e sugar árvores (enterrar o talento, atrapalhar, criticar);

4. Se meu oficio é “esse canto” aceite abandonar de tempos em tempos a casca velha que não nos deixa crescer; muitos que foram convertidos e encontraram em Jesus uma razão para viver ainda são lembrados pela casca antiga. Que formigas como esta temos aos montes por ai;

5. Não tenhamos medo de ser “alimento” (referência) para os outros E TÃO POUCO DE LAVÁ-LOS OS PÉS;

6. A igreja espera, mais de 15 anos, para a criança deixar de ser “ninfa”, para poder ganhar asas e voz. Isso ela chamou de CRISMA. Quem é crismado é chamado a cantar.

Jesus cumpriu seu canto até o fim! Na humildade suprema foi elevado!

Um imenso abraço fraterno



MOMENTO DE REFLEXÃO

A manhã apenas despertara e o  homem se levantou.

Na tristeza com que se sentia  envolvido, olhou para a filha  doente, que gemia no leito pobre.

A esposa dormia e ele se preparou para sair antes que ela despertasse, com o mau humor habitual.

Seu rumo era o mercado, onde ele recolhia os frutos desprezados por aqueles que têm em demasia e desconhecem a dor do estômago vazio.

Um movimento inesperado, no entanto, lhe chamou a atenção.

Eram gritos, correria.

O povo se acotovelava formando um cortejo barulhento.

 Soldados da Roma dominadora e audaciosa conduziam um condenado à morte.

O homem parou a observar aquela cena e pensou que aquele prisioneiro era mais infeliz do que ele próprio.

Suas dores eram morais: doíam por dentro. Mas aquela criatura se apresentava machucada, sem forças, a carregar sobre os ombros um madeiro bruto e pesado. Seus passos eram vagarosos, como  num compasso desinfonia fúnebre.

 Arcado, a túnica que vestia se arrastava pelo chão, embaraçando-lhe os pés, dificultando-lhe, ainda mais, o caminhar.

O cireneu estava extático.

O homem estava sendo conduzido para o terrível suplício da cruz.

Era, sim, muito mais infeliz que ele próprio.

Nisto, a voz áspera de um dos soldados lhe ordenou auxiliar o condenado que caíra.

Não que o soldado se condoesse da sua dificuldade.

É que tinha pressa de se desvencilhar daquela tarefa.

O homem foi praticamente jogado para debaixo daquela madeira bruta, cheia de farpas.

Colocou o ombro ao lado do condenado e suspendeu o peso.

Sentiu uma dor profunda nos ombros e o olhar do auxiliado o penetrou.

Eram dois olhos de luz estampados numa face de sofrimento.

Jamais o cireneu haveria de esquecer aquele olhar.

A dor do ombro aumentava.

Logo adiante, o prisioneiro voltou a tropeçar e cair e as chicotadas da brutalidade o fizeram levantar-se.

Um pouco mais de tempo e o cireneu livrou-se do peso.

Agora o madeiro se transformara na cruz erguida para crucificar o condenado.

Aquele homem de cirene, conhecido como cireneu, aguardou que a morte do crucificado se consumasse.

Algo nele o atraía, magnetizava-o.

Quando tudo terminou foi para casa e, porque chegou de mãos vazias, a esposa o repreendeu.

Ele não revidou.

Uma paz diferente tomava conta dele.

A filha veio correndo e o abraçou:

Estou boa, papai!

O homem recordou aqueles dois olhos azuis que agradeceram seu auxílio, sem nada dizer.

Um perfume sem igual penetrou o lar pobre.
A mulher se enterneceu.

Uma delicada e sutil presença podia ser sentida pelos três.
A vida do cireneu se transformou.

Apesar das lutas e dissabores, nunca mais o fantasma do desespero fez morada em sua casa.

Curioso, no dia seguinte, foi perguntar a respeito da identidade do condenado.

Descobriu que ele se chamava

Jesus de Nazaré.