Domingo, 30 de setembro de 2012
"As desventuras são suportáveis,
pois vêm de fora, são meros acidentes. É no sofrimento causado pelas nossas
próprias faltas que se sente a ferroada da vida." (Oscar Wilde)
EVANGELHO DE HOJE
Mc 9,38-43.45.47-48
João disse:
- Mestre, vimos um homem que expulsa
demônios pelo poder do nome do senhor, mas nós o proibimos de fazer isso porque
ele não é do nosso grupo.
Jesus respondeu:
- Não o proíbam, pois não há ninguém
que faça milagres pelo poder do meu nome e logo depois seja capaz de falar mal
de mim. Porque quem não é contra nós é por nós. Eu afirmo a vocês que isto é
verdade: quem der um copo de água a vocês, porque vocês são de Cristo, com toda
a certeza receberá a sua recompensa.
Jesus continuou:
- Quanto a estes pequeninos que crêem
em mim, se alguém for culpado de um deles me abandonar, seria melhor para essa
pessoa que ela fosse jogada no mar, com uma pedra grande amarrada no pescoço.
Se uma das suas mãos faz com que você peque, corte-a fora! Pois é melhor você
entrar na vida eterna com uma só mão do que ter as duas e ir para o inferno,
onde o fogo nunca se apaga. Se um dos seus pés faz com que você peque, corte-o
fora! Pois é melhor você entrar na vida eterna aleijado do que ter os dois pés
e ser jogado no inferno.Se um dos seus olhos faz com que você peque,
arranque-o! Pois é melhor você entrar no Reino de Deus com um olho só do que
ter os dois e ser jogado no inferno. Ali os vermes que devoram não morrem, e o
fogo nunca se apaga.
MEDITANDO O EVANGELHO
J. Salviano Silva
João
disse-lhe: Mestre, vimos alguém, que não nos segue, expulsar demônios em teu
nome, e lho proibimos.
Esse alguém que expulsava demônios em nome de Jesus não pertencia ao
grupo dos 12 e, portanto, segundo eles, não poderia fazer aquilo. Uma demonstração de ciúmes por parte de Pedro
de do grupo seguidor direto do Mestre. Aquele exorcismo, feito por um
desconhecido, para os apóstolos estava mais parecendo com uma forma de
concorrência. Os discípulos se sentiram enciumados como acontece às vezes nas
comunidades, quando vem alguém de fora e quer se entrosar, partilhar,
participar, e nem sempre a acolhida é do tipo daquela feita por Jesus. Os
discípulos talvez se julgassem detentores exclusivos da missa de expulsar
demônios, não admitindo a participação de outros.
Já vi esse filme antes.
Infelizmente, no meio de nós que pregamos a inclusão, que denunciamos a
exclusão, que incentivamos a acolhida,
sem o perceber, podemos ter ciúmes de algum cristão ou cristã talentosa que
aparece, assim do nada em nossa
comunidade, e se destaca de forma impressionante.
Por que isso? Por que isso acontece? Porque somos humanos, ridículos e
limitados que só usamos 10% da nossa cabeça animal e uns 45% da nossa vocação
religiosa, no nosso dia-a-dia.
Mais a atitude do mestre diante da explicação de João, foi como sempre:
serena, tranqüila, firme, justa e de extrema tolerância em relação ao exorcista
anônimo que usou o seu nome para fazer o bem. Jesus não está vendo aquele
ocorrido pelo lado da concorrência, mais sim, pelo lado da confluência do bem,
muito embora aquele referido indivíduo
não tenha sido catequizado ou recrutado por Ele. Por isso Jesus desaprova a
proibição que lhe fora imposta pelos seus discípulos. Porque se alguém de fato,
foi capaz de realizar um milagre, invocando o nome de Jesus, é porque esse
alguém está em sintonia com Jesus.
Prezados irmãos. Se Jesus hoje aparecesse de repente em uma de nossas
comunidades, certamente iria fazer um inflamável discurso corrigindo muitas
coisinhas indevidas para não dizer erradas que andam acontecendo no nosso
convívio. Uma delas é o modo fechado com que nossas comunidades operam,
dificultando o ingresso de novos cristãos de boa vontade que querem partilhar
seus talentos dados por Deus para o crescimento da Igreja e para o bem do reino
de Deus.
"E quem vos der de beber um copo de água porque sois de Cristo,
digo-vos em verdade: não perderá a sua recompensa."
Não vamos perder a oportunidade
de acolher, alimentar e dispor tudo o que possuímos para contribuir com os
sacerdotes, pois além de ser a nossa obrigação, teremos a nossa recompensa, que
é garantida e prometida por Cristo no evangelho de hoje.
Jesus nos adverte para que não escandalizemos os pequenos, ou seja, as
crianças. "Mas todo o que fizer cair no pecado a um destes pequeninos que
crêem em mim, melhor lhe fora que uma pedra de moinho lhe fosse posta ao
pescoço e o lançassem ao mar!"
Não se desespere! Se você já fez isso, sem querer ou mesmo
intencionalmente praticou algum ato imoral, por exemplo, na presença de uma
criança, é só se arrepender sinceramente, prometer que nunca mais vai fazer
isso, e procurar um sacerdote para fazer uma boa confissão. Não se esqueça que
nem tudo está perdido em sua vida. Deus é Pai, Deus nos perdoa,
"Se a tua mão for para ti ocasião de queda, corta-a; melhor te é
entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para a geena, para o
fogo inextinguível"
Que dureza! Jesus mais uma vez joga pesado. Já pensou? Quantos de nós
que estariam andando por aí agora sem mãos?
Sem olhos?
Quais os pecados que cometemos com as mãos? Pegar as coisas alheias,
bater nos irmãos, se auto-acariciar buscando o prazer de forma egoísta, para
não dizer, masturbar-se, fazer gestos que ofendem maltratam os outros, que
mais?
Jesus exagerou em sua explicação, para nos mostrar três coisas básicas e
muito importantes para a nossa salvação:
Primeiro, o tamanho da gravidade do pecado para o futuro da nossa alma.
Pois na verdade é melhor ter uma mão só, do que ter as duas e ir para o
inferno;
Segundo, aqui Cristo nos deixa bem claro que mesmo que sejamos cristãos
praticantes, daqueles que comunga quase que diariamente, mesmo que sejamos
evangelizadores, até mesmo sacerdotes, não merecemos a salvação eterna, por que
por mais que nos esforcemos, nunca seremos perfeitos sem nenhum defeitinho.
Portanto, é bom que continuemos a nos esforçar em busca da aproximação da
perfeição, mais a NOSSA SALVAÇÃO ACONTECERÁ PELA GRAÇA DE DEUS e não,
necessariamente, pelo nosso merecimento.
Terceiro. O inferno existe moleque!
É Jesus quem está dizendo. Aí. Se liga na parada! Digo, se liga na
palavra: "...melhor te é entrares
coxo na vida eterna do que, tendo dois pés, seres lançado à geena do fogo
inextinguível"
Está aí, a afirmação de Jesus Cristo, para rebater aqueles que se
desculpam dizendo: Que nada! O inferno não existe! Inferno é isso aqui mesmo.
Aqui se faz, aqui se paga!
Como acabamos de ver, o Evangelho de hoje é muito rico em ensinamentos
que o Mestre nos dá para que não sejamos merecedores um dia daquele fogo que
não se apaga. Porque Jesus não nos condena. Nós é que nos condenamos.
ESPERO VOCÊ AQUI
http://reflexaoliturgiadiaria.blogspot.com/
MUNDO ANIMAL
Gatos que
pedincham comida sofrem de distúrbios psicológicos
Um estudo publicado no Journal of Veterinary Behaviour, citado pelo
jornal britânico Telegraph, concluiu que os gatos que estão sempre pedindo
comida podem sofrer de um distúrbio psicológico.
Os donos tendem a pensar que os miados e os roçares nos seus tornozelos
são sinais de afeto ou de fome, mas os veterinários que conduziram esta
investigação dizem que estes animais tornaram-se obsessivos com a comida a tal
ponto que podem sofrer de insanidade.
Os médicos veterinários alegam que os animais que estão sempre muito
ansiosos por serem alimentados podem sofrer do recém-diagnosticado
“comportamento psicogénito anormal alimentar”. E o comportamento que
desenvolvem designa-se por “excessiva solicitação de interações
inter-específicas”.
De acordo com os autores do estudo, outros dos sintomas que os gatos
podem apresentar são “agressividade relacionada com a comida” (roubar comida da
tigela de outros gatos) e “apetite excessivo em contexto específico” (saltar
para a mesa para comer do prato do dono).
Um dos tratamentos sugeridos é o de proibir o gato de estar no local
onde o dono está comendo. Aos poucos, poderá depois voltar a ser reintegrado
nos horários das refeições do dono, mas este nunca lhe deve dar comida do seu
próprio prato.
Os médicos veterinários estudaram o comportamento de Otto, um gato
siamês de oito meses, que saltava para cima dos donos quando estes estavam
preparando as refeições e tentava comer dos tachos e que também tirava comida
da tigela de outros gatos.
Conseguiram alterar o comportamento de Otto apenas alimentando-o e
acariciando-o em determinadas alturas do dia e ignorando-o o resto do tempo.
Paolo Mongillo, da Universidade de Pádua, em Itália, que coordenou o
estudo, explicou: “A não ser que o gato seja realmente irritante, a maioria dos
donos não se queixa. Se se alimenta o gato com comida do nosso prato, mesmo que
seja apenas uma vez, ele vai pensar que se pedincharem por mais, o dono vai
dar-lhe mais”.
O mesmo médico adiantou que estes “distúrbios alimentares” podem estar
relacionados com problemas ligados ao stress, tal como acontece com os seres
humanos.
Fonte: Os Bichos
MOMENTO DE REFLEXÃO
Quando eu estava no exército, fiz
um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos. A
média era 100. Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas
eu fui o assunto principal. (Não significou nada – no dia seguinte eu ainda era
um soldado raso da KP – Kitchen Police).
Durante toda minha vida consegui
notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito
inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso.
Porém, na verdade, será que essas
notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo
específico de perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que
formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade
intelectual parecida com a minha?
Por exemplo, eu conhecia um
mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não
chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais
inteligente que ele.
Mas, quando acontecia alguma
coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era
ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia
seus pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos. No
fim, ele sempre consertava meu carro.
Então imagine se esses testes de
inteligência fossem preparados pelo meu mecânico. Ou por um carpinteiro, ou um
fazendeiro, ou qualquer outro que não fosse um acadêmico.
Em qualquer desses testes eu
comprovaria minha total ignorância e estupidez. Na verdade, seria mesmo
considerado um ignorante, um estúpido.
Em um mundo onde eu não pudesse
me valer do meu treinamento acadêmico ou do meu talento com as palavras e
tivesse que fazer algum trabalho com as minhas mãos ou desembaraçar alguma
coisa complicada eu me daria muito mal. A minha inteligência, portanto, não é
algo absoluto mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da
sociedade em que vivo.
Vamos considerar o meu mecânico,
mais uma vez. Ele adorava contar piadas. Certa vez ele levantou sua cabeça por
cima do capô do meu carro e me perguntou:
“Doutor, um surdo-mudo entrou
numa loja de construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no
balcão como se estivesse segurando um prego invisível e com a outra mão, imitou
umas marteladas. O balconista trouxe então um martelo. Ele balançou a cabeça de
um lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcão. Dessa vez
o balconista trouxe vários pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi
embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o
senhor acha que ele fez?”
Eu levantei minha mão e “cortei o
ar” com dois dedos, como uma tesoura.
“Mas você é muito burro mesmo!
Ele simplesmente abriu a boca e usou a voz para pedir”
Enquanto meu mecânico gargalhava,
ele ainda falou: “Tô fazendo essa pegadinha com todos os clientes hoje.”
“E muitos caíram?” perguntei
esperançoso.
“Alguns. Mas com você eu tinha
certeza absoluta que ia funcionar”.
“Ah é? Por quê?”
“Porque você tem muito estudo
doutor, sabia que não seria muito esperto”
E algo dentro de mim dizia que
ele tinha alguma razão nisso tudo.
Isaac Asimov (Físico)